[Resenha] É assim que começa - Colleen Hoover

 "É assim que começa” autora: Colleen Hoover; editora: Galera Record; 334 páginas.

Delicado e sensível como eu achei que seria. E surpreende como a autora ainda consegue me surpreender.

Rever esses personagens de "É assim que acaba", lutando ou vivenciando as consequências de suas escolhas, nos faz sentir íntimos. E a força das palavras, a potência dos fatos, a forma como a trama é conduzida é simplesmente impecável.

Quero compartilhar com vocês minha experiência de leitura sem relatar muito sobre a história, porque a história eu quero que vocês mesmos leiam e conheçam.

Comprei o livro de graça na pré-venda (usei um cupom ganhado por aqueles sites de pesquisas) e recebi ele muito rápido. Assim que o livro estava em minhas mãos comecei um processo de “devoração”. A escrita da CoHo realmente facilita isso, as palavras se conectam com uma habilidade impressionante. Você vai lendo palavra por palavra, frase por frase, trecho por trecho. Limpa uma lágrima. Suspira. Exclama. E termina a leitura sem nem se dar conta.

Tudo realmente flui naturalmente.

Foi muito importante ter essa continuação para o Atlas, Lily e a Emerson. Acompanhar esse relacionamento é importante para ver o contraste do anterior e conseguir reconhecer com mais facilidade a diferença em um relacionamento tóxico.

Estou exatamente onde é o meu lugar, sendo amada por Atlas Corrigan.

Rever o Ryle também foi importante. Uma coisa que eu sempre fiquei pensando a respeito dele é que a autora nos trouxe um personagem tóxico muito real. É aquele que não é violento e agressivo o tempo todo, como é o caso que imaginamos. É aquele que na maior parte do tempo é bom. E isso, na vida de muitas mulheres, as fazem perdoar com a justificativa de que “na maioria das vezes ele é bom”. Lily nos prova que não. Você não precisa aceitar isso. Você não merece passar por isso, você pode sim ser feliz e não ter que ficar com medo dos momentos “ruins” que seu parceiro tem.

É uma discussão importantíssima. Uma exemplificação sensacional que pode sim servir de alertas para mulheres em situações semelhantes e eu espero mesmo que sirva. Espero muito que essa duologia possa salvar mulheres porque eu realmente creio no poder das histórias e creio na força dessa história.

E por fim preciso dizer que amei os novos personagens apresentados. Não tem ninguém que não se encante pelo Theo e suas rimas. E a adição de Josh deu um tom muito especial. Realmente precisávamos disso sem que soubéssemos que precisávamos. Deu uma explicação importante para história de Atlas e um desfecho necessário para o passado dele.

"[...]Não tinha nada. Nem dinheiro, nem pertences, nem família.
 Apenas uma ferida.
 Somos mais sensíveis na juventude, e depois de ouvir por anos a fio que você não vale nada, vindo da boca de todas as pessoas que deveriam se importar com você, a gente começa a acreditar nisso. E, aos poucos, você começa a se transformar em nada.
 Mas aí eu te conheci, Lily. E apesar de eu não ser nada, quando me olhou, você conseguiu ver alguma coisa. Alguma coisa que eu não conseguia. Você foi a primeira pessoa na minha vida que se interessou por quem eu era como ser humano. Ninguém nunca tinha me perguntado coisas a meu respeito como você fez. Depois daqueles meses que passamos nos conhecendo, parei de sentir que eu não era nada. Você fez com que eu me sentisse interessante e único. Sua amizade me deu valor.
 Sou muito grato por isso. Mesmo que este encontro não dê em nada e que a gente nunca mais se fale, sempre vou ser muito grato a você, pois, de alguma maneira, você viu algo em mim que minha própria mãe não viu.
 Você é minha pessoa favorita, Lily. E agora você sabe o motivo.
 Atlas"

Josy Souza

27 anos, jornalista e fundadora do Portal Estante da Josy