[Resenha] A rainha perdida - Ana Cristina Melo

"A rainha perdida"; autora: Ana Cristina Melo; editora: Opala; 366 páginas.

Me encantei muito ao começar a leitura desse livro e notar várias semelhanças com a obra da Kiera Cass que se tornou uma das minhas queridinhas. O universo distópico é parecido, a sociedade é dividida por distritos e existe uma Capital que controla tudo. No entanto, dentro dos distritos existe um "comunismo", as coisas são produzidas e divididas para todos igualmente, não deixando faltar nada básico para ninguém e, os excessos, são enviados para a Capital.

Ellena sempre sonhou em ir pra Capital, onde existe boatos de empregos melhores e uma vida melhor, mas quando ela finalmente é Admitida como Escritora da Realeza vem o arrependimento ao descobrir que precisará deixar sua família para sempre. E algumas vezes, seus ideais também.

"Não sei se você já percebeu, mas a Capital vive das aparências, Eles não querem saber se você está destruída por dentro, o que importa é o que você mostra ao mundo."

Ao chegar ela já ganha a afeição do filho mais novo da família real, mas a verdade é que o filho mais velho é quem estava presente nos sonhos de Ellena desde muito tempo, mas parece que ele não é bem o que ela esperava. E quando este parece corresponder seu interesse, ela se vê em uma situação ainda mais complicada. Principalmente quando começa uma seleção para encontrar uma noiva para o príncipe herdeiro e ela é uma das participantes "por engano".

Uma das coisas que mais me agradaram na história é que exatamente aquilo que senti falta no livro "A seleção", que seria a explicação sobre as castas e sobre essa sociedade diferente, em "A Rainha Perdida" temos com maestria. A autora nos apresenta o universo de uma forma tão clara que nos dá a impressão de ser uma previsão pro futuro. A obra relata um momento político, econômico e social que foi totalmente mudado após uma divisão mundial. 

A nova sociedade tem uma ideia utópica: não existem mais crimes, os escritores são muito bem remunerados por seu trabalho, os professores também. A tecnologia está super avançada, as pessoas possuem tudo que precisam no fácil acesso de seu braço e carros que dirigem sozinhos... Mas tudo isso apenas na Capital, pois nos distritos a realidade é bem diferente. Além de tudo, o livro possui um desfecho com uma revelação surpreendente que me deixou muito instigada por uma continuação. 

"Meu pai, certa vez, me disse que, ás vezes desejamos tanto uma coisa que não paramos para pensar tudo que teremos que abrir mão se este desejo se realizar. Porque nenhuma escolha na vida é sem consequência. Sempre estaremos descartando algum caminho, para cada outro que escolhemos." 



27 anos, jornalista e fundadora do Portal Estante da Josy

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