[Resenha] A protegida - Lisa Kleypas
“A protegida” autora: Lisa Kleypas; Editora: Gutemberg; 285 páginas.
Liberty Jones nunca teve uma vida fácil. Desde muito jovem
vivia uma vida humilde com sua mãe em um trailer alugado. O relacionamento
entre elas nunca foi perfeito, mas elas eram tudo que tinham uma para outra,
até que a mãe de Liberty fica grávida de Carrington, logo depois de ter
terminado um namoro. A mãe decide que não vai contar para o pai da criança, mas
desenvolve uma espécie de “depressão pós parto” que a faz se manter longe da
bebê, deixando toda a responsabilidade em cima de Liberty.
A jovem sente-se cada vez mais sobrecarregada, com a escola,
tarefas de casa e a bebê, mas por sorte ela tem Hardy Cates, um rapaz que a encantou
desde o momento que chegou em Welcome. Hardy parece um garoto incrível, além de
lindo, está sempre presente para ajudá-la, no entanto, ele possui muito ambição
e não quer se prender a nada e nem ninguém antes de atingir o sucesso que ele
sabe que não é possível conseguir em Welcome. Dessa forma, ele abandona Liberty
no momento em que ela mais precisava: pouco antes da mãe de Liberty morrer em
um trágico acidente.
Com a morte da mãe, Liberty assumiu a responsabilidade de
cuidar de Carrington. Ela lutou pela guarda e pela melhor criação possível para
sua bebê. Apesar de todo o preconceito que ela enfrentava diariamente, ela
seguiu firme. Liberty é latina, Carrington é branca, ninguém nunca acreditava
como ela as apresentava com irmãs, além de todo os outros preconceitos relacionados
a raças. Mas ela foi extremamente forte, estudando, trabalhando e dando a
melhor educação para sua irmã.
Quando já era adulta, ela começou um trabalho em um salão de
cabelereira e ficou sabendo sobre as “protegidas”, mulheres que saiam com
homens bem mais velhos e ricos para serem amparadas por ele, receberem casa,
comida, carro, jóias e outros belos presentes. As moças contam para ela que essa
relação se trata muito mais de relações sexuais, se trata de amizade. Logo ela
descobre o significado disso quando conhece Churchill, um senhor que acabou de
se tornar idoso e que parece simpatizar com Liberty quando a conhece no salão.
A relação deles se estreita e se torna uma verdadeira amizade.
Nunca aconteceu nada, nem mesmo um cortejo, era uma amizade forte e difícil de
explicar que causou várias especulações. Essa amizade durou muito tempo, até
que Churchill sofreu um acidente e fez uma oferta tentadora a jovem: que ela
trabalhasse para ele, cuidando das finanças e algumas ajudas com a casa, a
única exigência é que ela e Carrington viessem morar com ele.
Essa decisão foi muito difícil de tomar, mas após refletir
muito, ela decidiu aceitar, pelo bem de sua irmã. E lá ela se deu de cara com
um novo desafio: Cage, o filho de Churchill que parecia ter um ódio profundo
por ela. Essa aproximação explosiva não podia resultar em nada do que um
sentimento amoroso, porém... Hardy ainda habita o coração de Liberty e agora
ele está de volta, bem sucedido, alcançou tudo que ele queria e agora retornou
para buscar a sua última ambição: Liberty.
“Às vezes a vida tem um senso de humor cruel, entregando-lhe aquilo que você sempre quis no pior momento possível.”
Os desafios enfrentados pela protagonista nos causam muitas
reflexões e as reviravoltas nos deixa vidrados em cada acontecimento. A trajetória
de Liberty é de muita garra e coragem e é inevitável a sensação de empatia ao acompanhar
cada desafio e cada decisão importante na vida da jovem.
“Um tempo de três ou quatro minutos é bastante insignificante no esquema das coisas. As pessoas perdem centenas de minutos todos os dias, esbanjando-os em coisas triviais. Mas, às vezes, nesses fragmentos de tempo, pode acontecer alguma coisa de que você irá se lembrar pelo resto da vida”.
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