[Resenha] Será que ele me ama? - Gregory Berns


“Será que ele me ama?”; autor: Gregory Berns; editora: Citadel; 286 páginas.

Você que tem um cachorrinho... você acha que ele te ama? Não estou falando daquele sentimento de “gostar” porque você o alimenta, estou falando de amor mesmo, daquele tipo que nós sentimos pelos nossos entes queridos. Você acha que seu pet sente esse amor por você?

“Seja quem o seu cachorro acredita que você é”

O autor desse livro acreditava que sim e essa história é sobre a jornada de descobertas científicas e comprovações. Gregory é um cientista pesquisador que decidiu reunir sua equipe no laboratório para testar essa nova teoria. Como todos eram fãs de cachorrinhos, se empolgaram com a ideia. O método seria scanear os cérebros dos bichinhos, assim como é feito com os humanos e conseguir provar essa teoria com seus resultados.

Essa tarefa não foi fácil. Além do alto custo dos equipamentos, treinar um animalzinho para utilizar essa máquina era uma tarefa complicada. Foi necessário realizar diversas alterações para adaptar o equipamento para os primeiros “testantes”.

Ele começou com sua própria cachorrinha Callie, que se mostrava muito inteligente e ideal para o projeto. Com várias técnicas e teorias, inclusive filosóficas, a equipe se dedicou a tornar o experimento o mais eficiente e confortável possível. É importante lembrar que todos eram apaixonados por cães e por isso era extremamente importante que fossem tratados da melhor forma possível. Logo tiveram mais uma adição para o experimento, outra cachorrinha especial que sua dona dispôs a participação.

Paralela a execução do projeto, o autor conta um pouco mais sobre sua convivência com esses animais e a inclusão deles em sua família. De forma um tanto técnica, o autor mescla suas observações mais técnicas de seu lado cientista com seu lado apaixonado por cães e essa junção tem uma delicadeza impecável. A cada avanço do Dog Project todos comemoram, porque todos se tornaram uma grande família que está verdadeiramente envolvida.

“Embora estivéssemos usando princípios básicos do behaviorismo, como reforço positivo e modelagem para treinar os cães a entrar e ficar parados na bobina da cabeça, Callie deixou claro que um tipo diferente de aprendizado também estava acontecendo. Ela estava aprendendo por observação”.

Com a leitura adquirimos muitos conhecimentos, inclusive que já existem várias empresas que permitem que você leve seu dog para o trabalho. Achei essa curiosidade muito interessante e decidi compartilhar esse trecho com vocês:

“Algumas empresas reconhecem que seus funcionários ficam mais felizes e mais produtivos quando estão com seus cães. O Google, por exemplo, afirma: ‘[Nosso] afeto por nossos amigos caninos é um traço marcante de nossa cultura corporativa. Nós gostamos de gatos, mas somos uma empresa de cães, então, como regra geral, achamos que os gatos que visitam nossos escritórios ficariam bastante estressados’. A Amazon tem uma política semelhante, simplesmente exigindo que os funcionários registrem o cão e sejam responsáveis pela boa cidadania canina (latir e fazer xixi estão proibidos). Outras grandes empresas que adotaram políticas amigáveis para cachorros incluem a sorveteira Bem & Jerry’s, o Clif Bar, a sede da Humane Society, a sede da Build-A-Bear Workshop e o fabricante de softwares Autodesk. E, claro, muitas pequenas empresas no país todo.”

A linguagem é um pouco técnica e muitas das vezes parecia que eu estava lendo um TCC. Apesar disso, não foi difícil de entender, ele esclarece, coloca notas com explicações e é bem claro em suas observações. Existe uma mistura harmoniosa no tom de linguagem e uma análise bem trabalhada. Foi uma leitura rica e para mim, apaixonada por doguinhos, foi emocionante.
Vou deixar vocês agora com mais alguns trechos desse livro:


“’Amor? Eu diria que é uma codependência’. Ela estava falando sério. ‘Olha, eu acho que o melhor que você pode esperar dos humanos é eventualmente ter um relacionamento em que as duas pessoas sejam mutuamente dependentes umas das outras. O que haveria de errado nisso?”

“Se cães tivessem a capacidade de transformar as ações humanas em seus próprios equivalentes caninos, então, talvez eles realmente sentissem o que sentíamos. Pelo menos uma versão canina daquele sentimento”.

“Cachorros e humanos são feitos um para o outro. Não poderíamos existir um sem o outro”.

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27 anos, jornalista e fundadora do Portal Estante da Josy

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