[Resenha] Entre Cabul e a dança das borboletas - Karina Manasseh

"Entre Cabul e a dança das borboletas"; autora: Karina Manasseh; Editora: Edite.

Maria é uma mulher que adora viajar, é impossível para ela se prender em um só lugar e é por isso que ela rompeu um noivado ao se dar conta que um casamento era para sempre.

Ainda com a dor da separação, ela mergulha no trabalho e nas suas reconfortantes viagens e é em uma delas, na recepção em Nova Déli que ela conhece João. Um homem que foi a conquistando pouco a pouco. Ele parecia perfeito, mas tinha uma grande defeito: ele era casado e tinha filhos!

Já apaixonada, ela não conseguia se livrar desse amor. Após várias cartas e vários momentos íntimos compartilhados entre eles, ela decide fazer a maior viagem de sua vida: para Cabul. Ela acreditava que talvez a distância trouxesse clareza a ela. A ajudasse compreender e decidir o que fazer.

"Para mim, Cabul representava o mistério da descoberta, o novo e o desconhecido, então procurei me esforçar para preservar esse sentimento e abraçar o inesperado. Ir para Cabul também foi o jeito que encontrei para lidar com a indefinição do meu caso com João, planejando duas semanas longe dele para, com a distância, repassar as nossas conversas, as nossas cartas e os meus sentimentos, na busca da compreensão do que de fato existia entre nós".

Mas assim como seu sonho de infância de ser arqueóloga por sempre viver no passado, ela estava vivendo uma nova vida sem parar de pensar em tudo que já viveu. Principalmente em tudo que viveu com João. Ela não conseguia se desprender de um sentimento tão forte.

Quanto mais ela tenta, mas o destino a provoca colocando o seu amado em seu caminho. A dor de ser a outra está sempre presente. Os conflitos internos se intensificando e as amarras sendo criadas. Já estava enraizado demais para se desvencilhar.

Enquanto Maria se auto sabotava, João a iludia constantemente dando a ela desculpas frajutas para não se divorciar. Ele mesmo dizia que a atrasava, mas o amor a cegava ao ponto de não resistir a ele e continuar se machucando, acumulando cicatrizes. Até o fim. Porque tudo tem um fim, de uma forma ou de outra.

"Finalmente eu me sentia livre de todas as amarras passadas - inclusive da pior de todas elas, que era a idealização e a construção de mim mesma como uma mulher independente, solitária e forte, a guerrilheira de Cabul"

Apresentando uma carta ao início de cada capítulo, o livro nos apresenta uma história intensa, sensual e com um teor histórico rico e bem trabalhado. Mas a romantização do adultério não me desce, independente de toda justificativa que possa ter, esse é um tema que eu particularmente não gosto.

A história é toda em torno desse amor proibido e os poucos momentos que se distrai desse assunto são os que a protagonista se permite viver e realizar grandes descobertas. Suas viagens se tornam grandes aventuras que permitem ótimos aprendizados. Entre as guerras de Cabul e suas amarras particulares, Maria vai se descobrindo aos poucos e se desenvolvendo. Considerando tudo que ela viveu, o desfecho da trama foi totalmente adequado.

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27 anos, jornalista e fundadora do Portal Estante da Josy

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