[Resenha] Um perfeito cavalheiro - Julia Quinn

"Um perfeito cavalheiro"; autora: Julia Quinn; editora: Arqueiro; 295 páginas.

Sophie é uma filha bastarda. Sua mãe, uma serviçal, a teve com um importante membro da sociedade, mas após dar a luz a menina, ela faleceu e a bebê foi enviada para o pai. Apesar de ter sido fruto de uma relação fora dos padrões, o homem a abrigou e apesar de nunca assumi-la como filha, sempre a considerou sua pupila, dando educação e suprindo as necessidades.

Algum tempo depois, ele se casa novamente. Sua esposa, uma mulher bonita, tinha duas filhas e Sophie se animou achando que finalmente teria irmãs, mas nunca esteve tão enganada. A madrasta deixou bem claro desde o início que não suportava a presença da menina e impedia a aproximação de suas filhas com Sophie.

Apesar da contrariedade da madrasta, o marido exigia que Sophie tivesse a mesma educação das meninas e assim foi por muito tempo até que ele faleceu. Sophie, ainda jovem, se viu entregue para a madrasta que a rejeitava, mas que foi obrigada a mantê-la em sua casa para receber uma “pensão” muito maior. Essa era uma das exigências do falecido.

Mas ao contrário do que se esperava, Sophie foi obrigada a ser uma serviçal da madrasta, realizar tarefas absurdas e seguir exigências exageradas. Sempre se excluindo da sociedade, Sophie era invisível, ninguém sabia da existência dela.

Um baile é anunciado. É período em que as moças estão sendo apresentadas a sociedade e Benedict, o segundo filho da família Bridgertons está sendo pressionado a casar e por isso não pôde fugir desse evento.

Sophie sempre quis participar desses bailes, mas obviamente, nunca pôde debutar, ela é apenas uma empregada, bastarda e que não pode estar envolvida na sociedade. No dia do baile, a madrasta a prende em casa e vai com as filhas pro baile. Com tristeza, Sophie ficou na casa desenvolvendo suas funções, mas foi surpreendida com uma funcionária da casa que tinha outros planos para ela.

A empregada fez uma força tarefa com outros funcionários para possibilitar Sophie de ir para o baile como uma pessoa pertencente a sociedade. A sua “fada madrinha” conseguiu a roupa perfeita, a arrumou e o cocheiro a levou até o baile. Mas, assim como o clássico que vocês já conseguem relacionar com essa história, ela foi orientada a voltar a meia noite.

Essa releitura de Cinderella com um toque divertido e emocionante da Julia Quinn traz um desenvolvimento original. O início da trama é muito parecido. Sophie encontra Benedict no baile de máscaras, se apaixonam imediatamente e ao badalar do sino, ela foge, deixando para trás uma de suas luvas que traziam as iniciais da falecida esposa de seu pai.

Após esse acontecimento, tudo toma seu próprio rumo. Benedict jamais esqueceu aquele momento, e sempre buscava pela sua dama de prateado que desapareceu completamente. Sophie também eternizou o momento em sua memória, mas guardou em segredo continuando sua vida de empregada.
Mas, como conhecemos da história original, o destino vai encontrar uma forma de os fazerem se reencontrar. No entanto, as circunstâncias em que se encontram não é tão favorável e o mais triste: Por causa do uso das máscaras, Benedict não a reconhece. Mesmo assim, age como um perfeito cavalheiro, a fazendo se apaixonar novamente.

“Quando foi capturada por Phillip e seus amigos maldosos, sabia o que queriam fazer com ela e teve vontade de morrer. Então, de repente, ali estava Benedict Bridgerton, parado diante dela como um herói de seus sonhos, e ela pensou que talvez tivesse morrido, porque qual seria outro motivo para ele se encontrar ali se aquilo não fosse o paraíso?”

Infelizmente as classes sociais os impedem demais! E os conflitos são cada vez mais intensos. O amor está presente, mas as restrições também. E perante as regras sociais, eles não podem se casar, a única alternativa seria Sophie ser amante de Benedict, mas isso ela jamais aceitaria! Ela acha inaceitável a possibilidade de ter um filho bastardo e ter o destino que ela teve.

Mas como evitar essa atração? Esse sentimento tão intenso...

“Então, quando s virara e a vira soube no mesmo instante que ela era o motivo pelo qual ele estava lá naquela noite, o motivo pelo qual morava na Inglaterra. Diabo, o motivo pelo qual ele havia nascido.”

“-Acho que preciso beijá-la – acrescentou Benedict, parecendo não acreditar direito nas próprias palavras. – É como respirar. Não há muita escolha.”

O título do livro não poderia ser mais coerente. Benedict é realmente um perfeito cavalheiro e até o momento é meu Bridgerton preferido. Na verdade, esse se tornou meu livro preferido. Mas claro que o fato de ser uma releitura de Cinderella conta muito para essa conclusão. É meu conto de fadas preferido e a forma como a Julia Quinn o desenvolvendo e deu seu próprio toque de originalidade o tornou ainda mais perfeito. Uma história delicada e impecável do começo ao fim.

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27 anos, jornalista e fundadora do Portal Estante da Josy

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