Mais que uma profissão, uma vocação: Contadores de histórias


Antigamente, os avós sentavam as crianças no colo ou ao seu redor e contavam diversas histórias, na maioria folclóricas, que encantavam e estimulavam a imaginação dos pequenos. Com o tempo e com a inovação da tecnologia, esse costume foi se perdendo. Mas uma profissão surgiu para resgatar esse velho costume: os contadores de histórias.

Eles não medem esforços para trazer essa alegria. São horas de preparação. Desde a escolha da história e como vão apresentá-la, até a interação com brincadeiras ao final do evento. E é assim que nosso folclore vem sendo recuperado. Eles podem ser encontrados em livrarias, escolas, bibliotecas, ou qualquer evento que forem chamados. Possuem muitas essências, várias fantasias e sotaques e um sorriso convidativo para ouvir o que eles tem a contar. É encantador!

Raquel Franchi, de 41 anos, é contadora de histórias há nove anos. Tudo começou na sala de aula. Sua verdadeira vocação foi percebida por uma coordenadora que notou a forma diferente que ela leciona e a convidou para um projeto de contação de histórias. Raquel teve reconhecimento pelo seu trabalho e desde então, nunca mais parou. Ela continua lecionando, mas tem a contação de histórias como um trabalho paralelo que desempenha com muita paixão.

Raquel Franchi sempre se caracteriza do personagem da história que vai contar

Ana Luiza Lisboa, de 34 anos, também era professora, mas ao contrário de Raquel, assim que percebeu sua paixão, abraçou a contação de histórias como sua profissão “Eu respiro isso hoje em dia”, diz. Atualmente, ela tem parceria com seu marido Naim que é músico, juntos ele criaram o “Cantando um conto”, que pratica uma contação de forma bem animada e musical.

Ana Luiza atua no “Cantando um conto” há quase cinco anos

Esses profissionais já possuem público fiel que os acompanha onde quer que apresentem. Ana Luiza conta que eles costumam cativar aos pais antes mesmo das crianças, afinal, o que influencia as crianças é presenciar esse prazer dos pais com o momento. “Os pais que trazem as crianças tem um perfil mais receptivo as histórias”, explica.

Para Joana Rodrigues, mãe da pequena Laura de quatro anos, é importante incentivar o contato com a literatura desde cedo. “Ela adora! E é bom porque ela já começou a ter gosto por livros”.

A profissão tem sido tão prestigiada que colégios vêm incluindo essa atividade com mais frequência nos eventos, como conta Ana Luiza: “As escolas estão percebendo cada vez mais a importância desse estímulo e que as crianças gostam.” Ana Luiza e Raquel possuem parceria com diversos colégios e também podem ser contratadas para eventos específicos.

Algumas histórias tem o poder de causar fortes emoções como foi o caso da história “Você é especial” do autor Max Lucado. Uma história que tem como objetivo mostrar a importância que cada um tem e que não importa quantos defeitos você tenha, suas qualidades prevalecem. Raquel contou essa história em uma faculdade em que foi convidada e se surpreendeu ao ver que mais do que as crianças, atingiu seu objetivo com os adultos que se emocionaram com a bela lição da história.

Uma coisa é fato: quem começa contando uma história, não fica só na primeira. Raquel não pensa em parar esse trabalho tão cedo. E Ana já está entregando alguns projetos, se aperfeiçoando... e tem planos de abrir uma empresa no futuro para atender também outras cidades e estados.

Para quem tem interesse em começar essa carreira, tem vários lugares que capacitam e selecionam voluntários. A Associação Viva e Deixe Viver em parceria com o Ministério da cultura, fornecem um curso gratuito com certificado. Ao final, se espera que o aluno se comprometa em repassar suas habilidade trabalhando na junção da cultura e da educação. Para se inscrever, acesse: http://www.vivaedeixeviver.org.br/pages/seja-um-voluntario-viva

Agora sente-se que lá vem história...

Era uma vez...

27 anos, jornalista e fundadora do Portal Estante da Josy

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