As melhores e piores leituras que eu fiz em janeiro

Começo de ano é sempre uma correria. Eu, por exemplo, só consegui ler na primeira semana em que eu ainda estava de férias, agora, já retomado o trabalho, pouco consigo ir para a cama e não dormir imediatamente de tanto cansaço. Por sorte eu aproveitei bem a primeira semana para colocar algumas leituras em dia, finalizando leituras que eu havia começado no ano anterior e são essas que eu vim mostrar e comentar com vocês.

Vou começar pelo único que não teve início da leitura no ano anterior. Esse eu comecei e terminei no mesmo dia. Até porquê, sendo pequeno e com uma história emocionante, não podia deixar para depois. Estou falando de “O cão que guarda as estrelas”.

Esse mangá, escrito por Takashi Murakami, traz um relato sensível e emocionante de um cachorro que foi adotado por uma família que se quebra logo depois, obrigando-o a viver com apenas um integrante, aquele que parecia menos gostar do cachorro foi o que se dedicou até o último minuto, sempre dizendo “você devia me agradecer” em tom de brincadeira, mas que o nosso protagonista (o cachorro) sempre respondia “sim, papai”.

Se você leu essa história e não se debulhou em lágrimas, sinto em te informar que você é um completo insensível. Só de recordar da história para escrever para vocês os meus olhos já enchem de lágrimas.

“O cão que guarda as estrelas” é completo em dois volumes e estou aguardando me recuperar da primeira história para ler o segundo volume.

Agora vamos falar de um que eu não gostei tanto...

“Pule, Kim Joo So”, de Gaby Brandalise, é um romance que se passa ora no Brasil e ora na Coréia devido o contexto fantasioso em que os personagens estão envolvidos. Marina, a protagonista, sempre sofreu muitas agressões do ex-namorado, até que encontra So - um lindo coreano - no aeroporto, perdido e desorientado e ela resolve ajudar. Apesar de um não saber o idioma do outro, parecem conseguir se comunicar perfeitamente. Após se conhecerem um pouquinho melhor, a ameaça do agressor volta e isso faz com que algo muito estranho aconteça e logo o casal é transportado para Seul.

Ali tudo muda, eles vão descobrir que não são donos da própria história e que So vai precisar lutar muito para conseguir ser quem ele quer ser e ter o amor de Marina.

A ideia desse livro é ser como um dorama em formato de livro e acredito que possa mesmo ser e agradar o público fã desse gênero televisivo. Eu, particularmente, apesar de já ter assistido e gostado de muitos doramas, não me prendi a essa história. Levou muitos meses para eu conseguir finalizar e eu só terminei mesmo porque não queria abandonar.

Achei algumas partes muito incoerentes, além de ter uma enrolação muito grande (o que é até típico de doramas). A trama, que mescla fantasia com realidade, chama muita atenção e o cenário fazendo a conexão entre Brasil-Coréia também é um ponto forte da obra, mas não é uma leitura que tenha funcionado para mim. Gostei da trama, dos personagens (mais ou menos), mas não curti o desenvolvimento.

Agora um livro que eu amei: “O dia em que o sol se foi” é um livro interativo escrito pela Nicole Annunciato, uma querida que eu tive a honra de conhecer pessoalmente.

Você pode até estar achando que estou apenas puxando o saco porque conheço a autora, mas eu juro para vocês que eu leria e faria a egípcia se não tivesse gostado. Faço questão de recomendar aqui porque é realmente muito bom!

Vocês lembram daqueles livros que lemos lá na infância da coleção “Você decide”? Em que, conforme você ia lendo a história tinha um momento em que você tinha que tomar uma decisão? “Se você quiser que fulano faça tal coisa, vá para a página tal, mas se você quiser que ele faça outra tal coisa, vá para a outra página tal”? Pois bem, esse livro aqui segue a mesma ideia, mas com uma história bem mais madura.

Na trama conhecemos Rani, uma jovem que se vê completamente perdida ao se deparar com um dia completamente fora do normal: o sol não apareceu. O cenário parece um verdadeiro apocalipse e ela precisa encontrar as pessoas que ama, mas como fazer isso diante de todos os perigos que se escondem na escuridão?

As decisões quem vai tomar é o leitor. E preciso confessar para vocês que a primeira trajetória que eu li, baseada nas minhas decisões, eu consegui a proeza de matar todo mundo. O que já indica que eu não sou a melhor tomadora de decisões em momentos de extrema pressão, não é mesmo?

O livro possui sete finais diferentes, todos diferentes com trajetórias muito interessantes. Tem o final triste, o final emocionante, o final romântico, final impressionante, final em que fica tudo mais ou menos, até final trágico. Diria que tem final para todos os gostos e eu li todos eles. Leitura recomendadíssima para vocês!

E por último, para fechar a nossa lista, um romance sáfico: Como ter o pior dia dos namorados da sua vida, escrito pela Julia Rietjens.

Comecei a ler romances sáficos em 2023 e agora não pretendo mais parar. “Como ter o pior dia dos namorados da sua vida” foi uma leitura que eu comecei ainda em 2023, lendo pelo Kindle, mas finalizei agora em 2024.

“Mas por que demorou tanto tempo para finalizar? É por que não gostou?” Vocês podem estar se perguntando... mas não, não tem nada a ver com isso. Eu demorei para finalizar a leitura apenas porque eu tenho muita dificuldade em ler no digital. Como esse livro não tem uma versão física, fui lendo em doses homeopatas, principalmente em trajetos de ônibus nos dias em que meu estômago estava bem (esses dias não são muito frequentes).

A história é deliciosamente divertida. Nossas protagonistas Emily e Verena são melhores amigas bissexuais que guardam, secretamente, um sentimento além uma pela outra, mas pelo medo de estragarem a bela relação que possuem, nunca revelam o que sentem.

Ambas sempre tiveram relacionamentos frustrados, especialmente dia dos namorados frustrados, o que levou elas a terem uma ideia inusitada: fazer uma aposta de quem teria o pior dia dos namorados, a ganhadora, ou seja, a que tivesse o pior dia dos namorados mesmo, poderia escolher seu prêmio.

Conforme os anos vão se passando, as amigas vão se aproximando mais, deixando aflorar o sentimento que já não era possível esconder e uma delas vai se declarar, mas será que é o momento certo? Existe um momento certo para o amor?

Entre risos e coisas absurdas, o romance e companheirismo dessas duas nos proporciona o quentinho no coração. Uma leitura leve (um pouquinho enrolada, admito), bem divertida e de fácil leitura. Não espere grandes reviravoltas, espere uma boa leitura tranquila para passar o tempo e se divertir um pouco.

 

É isso, essas foram as minhas leituras de janeiro. Curioso que, exceto pelo mangá, todas as minhas outras leituras foram de autoras nacionais. Confesso que não foi proposital, eu nem tinha reparado nisso antes de fazer essa lista, mas estou muito orgulhosa, afinal, ler mais nacionais estava na minha meta de 2024.

O que acharam? Meu saldo foi mais positivo ou mais negativo? Já leram algum dos livros que mencionei?

Espero poder voltar em fevereiro com uma quantidade igual ou superior de leituras para comentar com vocês, mas não criem expectativas, sejamos realistas, vida de adulto que trabalha em dois empregos não é fácil. Mesmo assim, sempre tentaremos encaixar algum momento para leitura, né? Beijos e até a próxima!

28 anos, jornalista e fundadora do Portal Estante da Josy

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