[Resenha] Os dois duques de Wyndham - Julia Quinn


Resenha: Os Dois Duques de Wyndham

Autora: Julia Quinn

Nº de páginas: 286 / 271

Editora: Arqueiro

 

Olá, leitores

Como estão?

Hoje vamos falar sobre "Os dois duques de Wyndham", uma duologia que desembarcou por aqui em 2022 pelas mãos da Arqueiro e que eu não podia deixar passar, afinal estamos falando de um livro da Julia Quinn, uma das minhas autoras preferidas. Dessa vez, no entanto, a proposta dela veio um pouco diferente do que geralmente estamos acostumados a ver em seus romances de época e vocês já vão entender o motivo.

Dividido em “O Fora da Lei” e “O Aristocrata” os dois volumes vão nos contar a história de Jack Audley, um capitão do exército inglês que no momento vive de pequenos furtos e Thomas Cavendish, o atual duque de Wyndham, moldado para assumir o título desde o nascimento. Seus destinos se entrelaçam quando uma coincidência os coloca frente a possível descoberta que tem o poder de virar do avesso as vidas de ambos e transformar o futuro do ducado.

Mas o que essas narrativas têm de fora do comum? Mesmo se tratando de uma duologia, ou seja, dois livros com enredos que se conectam, aqui eles não são continuação um do outro. Na verdade, as histórias de Jack e Thomas acontecem em paralelo porque são praticamente uma só.

A diferença entre elas está no ponto de vista, enquanto em "O fora da lei" o foco está em Jack e Grace, em "O aristocrata" ele está em Thomas e Amelia. Isso significa que você pode escolher começar a sua leitura por qualquer um dos dois que o desfecho será praticamente o mesmo. Lembram daquela velha regrinha de que "a ordem dos fatores não altera o resultado"? Basicamente, essa é a ideia que complicou um pouco a vida da leitora indecisa que habita em mim...

No fim das contas, decidi começar pelo ponto de vista do nosso capitão de ocupação duvidosa e dono de um carisma cativante. Em uma de suas empreitadas, Jack acaba trombando com um passado que ele não imaginava possuir e o vislumbre de um futuro que jamais havia passado pela sua cabeça.

Na outra ponta desse encontro estava Grace. Há cerca de cinco anos ela ocupa o posto de dama de companhia da velha duquesa de Wyndham, uma senhora extremamente difícil de lidar, mas que tirou a jovem de uma situação desesperadora e lhe deu uma posição estável e confortável, portanto o sentimento de gratidão era maior do que os desafios diários que enfrentava ao lado da viúva.

A rotina monótona de Grace sofre um terremoto quando um vigarista de beira de estrada tenta assaltar a carruagem ducal, porém essa não foi a maior loucura que aconteceu naquela noite, além da jovem se sentir estranhamente atraída pelo homem misterioso, a duquesa parecia conhecê-lo. A verdade é que Jack Audley pode ser o herdeiro legítimo do título, mas ele não tem interesse em assumir o posto, no momento só o que deseja é continuar com sua vida e derrubar as defesas de Grace que, sabendo de sua posição social, tem certeza de que eles não podem ter um futuro juntos caso ele herde o ducado.

Enquanto Jack tenta desvendar os mistérios de seu passado, Thomas Cavendish vê a única vida que foi planejada para ele ser ameaçada da noite para o dia. Ele nasceu para ser duque, aprendeu a conviver desde o berço todos os privilégios e privações que a posição carrega, incluindo uma avó ríspida que não dá a mínima para ele.

Apesar de tudo, Thomas é bom no que faz, gosta de suas atribuições e até está resignado com seu casamento arranjado ainda na infância com Amelia Willoughby. Eles nunca trocaram mais do que poucas palavras, mas o contrato entre seus pais foi firmado há muitos anos e, por mais que o acordo não tenha partido dele, Thomas é um homem de palavra e irá cumpri-la... mesmo que não tenha intenção fazer isso agora.

Filha do conde de Crowland, Amelia já esgotou o seu estoque de paciência quando se trata de seu futuro marido. Ela sabe que casamentos arranjados não despertam o lado romântico de ninguém, mas o mínimo esforço da parte de Thomas como, por exemplo, marcar a bendita data faria toda a diferença, já que ela mesma está de mãos atadas. Não é como se Amelia fosse apaixonada por Thomas, francamente ela mal o conhece além das breves conversas, mas a jovem está disposta a mudar as coisas.

Com a chegada de Jack, alguns acasos aproximam Thomas e Amelia e a imagem que um tem do outro começa a se transformar. Claro, o universo adora brincar com os nossos desejos e, quando Thomas finalmente percebe que Amelia significa muito mais para ele do que apenas um acordo, ele precisa lidar com o fato de que talvez não seja mais o duque e, consequentemente, ela não esteja mais prometida para ele.

Sei que quando se trata de Julia Quinn o lado fã grita mais alto, mas sendo bem sincera eu esperava algo um pouquinho diferente. A escrita continua impecável, com capítulos curtos e diálogos viciantes, o problema é que no fim das contas eu não senti que a leitura possa ser feita em qualquer ordem.

Sim, várias cenas se repetem nos dois livros sob outras perspectivas, mas "O Fora da Lei" entrega melhor todo o desenrolar de como e por que Jack pode ser o duque, sobre a história da família etc. Esses detalhes fazem a diferença se a gente se familiariza com eles antes de chegar em "O Aristocrata" que passa mais superficialmente por essas informações. Aliás, a história de Thomas termina um pouco à frente da trama de Jack o que me faz ter ainda mais certeza de que ela deve ser lida depois.

A edição "dois em um" é um capricho à parte e a habilidade da autora em dar outro sentido a cenas iguais apenas trocando o ponto de vista impede que a leitura fique cansativa. Quem gosta de paixões à primeira vista e slowburn assim como eu com certeza vai curtir. 

Beijos e até a próxima!

Isabela Colucci, 26 anos, jornalista, colunista e resenhista do Portal Estante da Josy. Jornalista por formação, sempre fui apaixonada pelo universo da literatura, então poder trabalhar com isso é o meu sonho de princesa. Sou bastante curiosa quando o assunto é moda, por isso, vocês vão me ver falando bastante sobre o tema por aqui. E claro, como não poderia faltar, algumas doses de cultura pop.

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