[Resenha] A biblioteca da meia noite - Matt Haig
“A biblioteca da meia noite” autor: Matt Haig; Editora: Bertrand Brasil; 305 páginas.
Nora Seed acabou de perder a última coisa que lhe dava alguma
motivação de viver: seu gato. E agora não havia mais motivos para continuar.
Decidida a por um ponto final em sua vida, planeja uma overdose que a deixa
entre a vida e a morte. Mas o cenário não é bem o que ela esperava. Esse espaço
entre a vida e a morte é uma biblioteca, uma biblioteca enorme com uma
bibliotecária que ela reconhece de sua infância
Acontece que ela recebeu mais uma chance de repensar sobre a
sua vida. Cada um dos livros nas prateleiras daquela enorme biblioteca guardam
uma versão diferente de Nora, uma versão diferente a cada decisão diferente que
ela tomou em realidades diferentes. De cara a bibliotecária apresenta a ela o
livro dos arrependimentos e recomenda que ela escolha um arrependimento para
que fosse entregue a ela um livro que mostraria como a vida dela teria sido se
ela tivesse tomado uma decisão diferente.
A cada escolha ela é sugada para dentro de um livro e passa a
viver no momento exato em que ela estaria vivendo se tivesse tomado um rumo
diferente. Se caso ela se dar conta de que aquela não é a vida que ela sempre
sonhou, então automaticamente ela sumiria e voltaria para a biblioteca. Seria
assim até que encontrasse o cenário ideal.
Ela passou por centenas, talvez milhares de possibilidades
diferentes e jamais encontrou uma que de adequasse perfeitamente, na qual se
sentisse a vontade, na qual se sentisse feliz. E as possibilidades já estavam
acabando o que causou um colapso na biblioteca. O tempo de Nora estava
acabando, mas em sua mente talvez ela sempre soubesse qual era o cenário ideal.
Um livro que nos causa fortes reflexões do que é realmente
importante na nossa vida, que nos faz repensar sobre aceitação e
arrependimentos. Ele toca tão fundo no nosso ser que causa um verdadeiro
desconforto. Muitos consideraram esse livro como um gatilho e durante a leitura
foi fácil entender o motivo. Apesar de forte, intenso, provocativo, é uma
discussão necessária.
O livro toca no assunto “depressão” da forma mais verdadeira
e crua. E é comum ignorar esse tema, evitar falar por ser tão delicado, quando
na verdade é necessário falar sim, é necessário refletir, melhorar sempre o que
está dentro de nós e tentarmos olhar de uma forma mais acolhedora para o outro.
Esse livro faz isso. De uma forma dura. Mas passa a mensagem.
Esse livro já foi resenhado aqui anteriormente pela Angélica,
ela leu esse livro pela edição da TAG Inéditos, uma capa diferente. Essa nova
edição trouxe uma proposta diferente na capa. Os livros em tons de verde que
ilustram a capa imitam aos da biblioteca descrita na história. E o diferencial:
essa versão brilha no escuro! Um livro lindo por dentro e por fora que
considero indispensável em qualquer biblioteca.
Deixe seu comentário