[Resenha] Na estrada com o ex - Beth O'leary
Recebi esse livro na caixinha de assinatura do Clube
Intrínsecos no mês de dezembro do ano passado. Eu estava com as expectativas na
estratosfera por já ter lido outros dois livros dela “Teto para dois” e “A
troca” e amado de paixão. E talvez por ter colocado essas expectativas tão no
alto, eu acabei me decepcionando um pouco.
Calma, foi só um pouco. É que nesse livro a Beth traz um
enredo um pouco diferente dos demais. Apesar de trazer problemáticas
familiares, que é uma característica forte nos livros dela, esse tem um tom
mais ousado no sentido sensual. E foi isso que me deixou um pouquinho
frustrada, curto mais os romances mais levinhos que são iniciados com
bilhetinhos ou trocas de olhares e não com um desejo ardente.
Mas enfim, o esse livro vai trabalhar uma temática diferente
também. O livro vai ser narrado em dois tempos diferentes e sob duas
perspectivas diferentes. No presente, temos Addie e Dylan (o ex casal)
enfrentando um grande perrengue na estrada junto com a irmã de Addie, o melhor
amigo do Dylan e mais um outro rapaz que eles mal conhecem. Estavam todos indo
para o casamento de uma amiga em comum deles quando houve um acidente e eles
precisaram seguir viagem todos juntos no mesmo carro. Claro que essa viagem,
tendo todos muito próximos e com os ânimos à flor da pele, iria desencadear
várias desavenças do passado.
No passado Addie e Dylan se conhecem quando Addie está
passando um tempo como caseira da pousada de Cherry e Dylan é um dos hóspedes.
Addie decidiu que esse verão ela seria mais ousada, faria questão de não passar
mais despercebida, enquanto Dylan estava em busca de aventuras. Logo no
primeiro contato já sentiram uma atração magnética um pelo o outro que tornou
inevitável ficarem juntos e se tornarem inseparáveis. O verão estava sendo
perfeito, até que Marcus, melhor amigo de Dylan descobre o paradeiro de Dylan e
resolve fazer companhia.
Acontece que Marcus não é uma das melhores companhias. Ele é
aquele típico cara mulherengo, arruaceiro e que não tem controle sobre a
bebida, além de fazer uso de drogas. Dylan é amigo dele desde a infância e,
mesmo tendo consciência das problemáticas do amigo, nunca o deixou para trás.
Nem mesmo agora, que ele estava se envolvendo demais no relacionamento de
Dylan, insistentemente dizendo que Addie não prestava para ele.
O que a princípio parecia apenas um desconforto de duas
pessoas que o “santo não bateu” começou a se tornar uma situação insustentável.
Addie jamais teria coragem de pedir a Dylan para escolher entre ela e o amigo,
mas Marcus parecia não ter essa mesma consciência e vai forçando situações cada
vez mais problemáticas.
Com capítulos intercalados, ora narrados pelo ponto de vista
da Addie e ora pelo ponto de vista do Dylan, vamos conhecendo um pouquinho mais
da personalidade de cada um dos personagens e suas cargas emocionais. A trama
passa uma mensagem sobre o poder da amizade, sobre companheirismo, sobre ficar,
independente da situação. Apesar de ser exatamente esse fator que me fez me
incomodar demaaaaais, entendo também que as pessoas merecem segundas chances e
a autora quis ilustrar isso em sua narrativa. No entanto, se eu fosse me
aprofundar nessa temática, eu também diria que ninguém deve se arruinar por um
relacionamento tóxico, mesmo esse relacionamento sendo uma amizade.
Já a construção do romance eu não teria muitos pontos a
ressaltar, ela construiu um casal real, com erros e acertos e que é capaz de
aquecer o coração e de causar reflexão. Eles amadurecem juntos, sofrem juntos e
vivem coisas que só eles são capazes de dizer.
“Não tenho dúvida de que esse sentimento é mesmo amor. Como pode ser outra coisa? É torturante, eufórico, tão grande que não consigo coloca-lo no papel”.
Confesso que me incomodou a relação do Dylan e o Marcus, me
causou desconforto e irritação. Tirou o foco do casal. Não era o livro de deixar
o coração quentinho que eu esperava da Beth, mas ainda assim reconheço que foi
uma bela narrativa e que, com certeza, tem muito a acrescentar. Já anseio pelos
próximos livros da autora.
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