Resenha: O Que Acontece em Londres - Julia Quinn
Resenha: O Que Acontece em Londres
Autora (a): Julia
Quinn
Editora:
Arqueiro
Nº de páginas: 286
Recentemente vi um post da Julia Quinn em seu
Instagram no qual ela aparece carregando um exemplar de “O Que Acontece em
Londres” e na legenda da foto escreveu que sempre que alguém pergunta por onde
começar a ler os seus livros, ela o indica. Depois de conhecer a história de
Olivia e Harry, compreendi perfeitamente o motivo...
“O Que Acontece em Londres” é o segundo volume da
trilogia Bevelstoke e me alegra dizer que nele estão reunidos muitos dos
detalhes que fizeram com que eu me apaixonasse pelo gênero dos romances de
época.
A trama acompanha a jovem Olivia Bevelstoke, quem
leu “História de um grande amor” (clique aqui para conferir a resenha) já
conhece um pouco da personagem que é irmã do protagonista do livro anterior. Tida
como a mais bela jovem em idade para se casar da temporada, a filha do conde de
Rudland já dispensou inúmeros pretendentes e por conta disso, está começando a
ser vista como alguém que se acha boa demais para os homens que a cercam.
Fato que não poderia estar mais longe da verdade. Não
é que Olivia se considere superior, ela apenas deseja mais do que apenas um
sentimento de cordialidade, um casamento baseado em benefícios, ela anseia por
encontrar uma conexão verdadeira com alguém, que seja apoiada em mais do que simplesmente
a atração que muitos têm pela sua beleza.
Depois que a melhor amiga se casou com seu irmão,
Olivia começou a passar mais tempo na companhia de outras jovens que, por
melhor intenção que possam ter, as vezes tendem a acreditar em fofocas
mirabolantes, no entanto um desses assuntos desperta o interesse dela, afinal,
não é todo dia que você se depara com um novo vizinho que, dizem as más
línguas, assassinou a própria noiva.
“E a curiosidade de Olivia Frances Bevelstoke era uma coisa deveras formidável.” p. 29
Quando Harry Valentine alugou uma casa em Londres,
ele jamais imaginou que ganharia uma vizinha que o espia pela janela do quarto
enquanto ele trabalha em seu escritório. A princípio ele se divertiu com as
tentativas malsucedidas de discrição da jovem ao vigiá-lo, mas depois de vários
dias sendo observado, um sentimento inquietante o impedia de se concentrar no que
precisava fazer e Harry só conseguia pensar o que a jovem mais disputada do
mercado casamenteiro e, aparentemente mais bisbilhoteira também, poderia
esperar que ele estivesse fazendo?
Apesar de não estar cometendo nenhum crime,
traduzir correspondências secretas do governo britânico do russo para o inglês
era uma tarefa que não podia chegar aos ouvidos mais curiosos da alta sociedade,
que não hesitariam em espalhar a fofoca aos quatro ventos. Então, para todos os
efeitos, ele era apenas um ex-militar que agora se dedicava a serviços
burocráticos para o exército.
Porém, a chegada de um príncipe russo obriga Harry
a frequentar os salões de baile que ele tanto detesta a fim de reunir
informações sobre as reais intenções do monarca na Inglaterra, porém as coisas
ficam mais interessantes quando o príncipe demonstra estar claramente
cortejando Olivia, o que levanta a suspeita de que talvez a filha do conde
possa estar observando-o não pelos motivos fúteis que ele pensava.
Apesar de Harry não ser um nobre de fato, seu primo
Sebastian – dono de um charme irresistível – é, o que lhe dá o tão
indispensável acesso aos eventos da aristocracia para se aproximar tanto de
Olivia, a moça que o tira do sério e de quem, a essa altura, ele já havia
decidido manter distância, quanto do príncipe. Tudo o que Harry queria era
ficar o mais longe possível da vizinha enxerida e arrogante, mas essa é uma
ordem a qual ele não pode recusar, então coloca em prática seus planos para
descobrir se existe algum esquema contra a segurança nacional.
Embora eu ache que a Julia poderia ter explorado
melhor os dilemas individuais dos protagonistas - por mim o livro poderia
facilmente ter uns dez capítulos a mais - a interação que começa cheia de
faíscas entre Harry e Olivia, evolui para uma amizade e só então resulta em
amor, carrega a trama até a última página e deixa a famosa sensação de “coração
quentinho”.
Ambos sustentam versões de si mesmos, que podem até
serem vistas como frias e esnobes, mas impedem que o resto da sociedade leia
suas emoções e decifre o que realmente pensam. Olivia, por exemplo, é conhecida
pelas pessoas mais próximas por não ter filtro. Ela não consegue evitar dizer a
primeira coisa que lhe vem à cabeça e a tentativa de driblar esses impulsos nos
rende divagações e notas mentais hilárias. Já Harry está acostumado a se mostrar
como alguém reservado e contido, mas conforme se aproxima de Olivia, ele começa
a se desarmar da postura indiferente e se revela um homem divertido, corajoso,
sarcástico e dono de um senso de humor contagiante, mesmo trazendo consigo um
passado complicado.
“ – Essa valsa não é um pouco longa demais?
- Não acho.
Algo no tom dele lhe chamou a atenção e ela ergueu os olhos bem a tempo de vê-lo abrir um sorriso.
- Só parece longa porque a senhorita não gosta de mim – disse ele.
Ela arquejou. Era verdade, é claro, mas ele não tinha nada que dizer aquilo em voz alta.
- Só que tenho um segredinho, Lady Olivia – sussurrou ele, aproximando-se dela tanto quanto os bons costumes permitiam – Eu também não gosto da senhorita.” p. 75
Eu sei que sempre falo isso dos livros da Julia
Quinn, mas que história gostosa de acompanhar. Um mistério divertido e
despretensioso que não promete muito, mas arranca boas gargalhadas
principalmente com a leitura de um certo romance que já apareceu em algumas
histórias do Quinverse e se tornou um clássico dos personagens. Com direito a
realeza russa, conspirações, um leve drama familiar e conversas pela janela “O
Que Acontece em Londres” entrou na minha seleção de queridinhos. Fiquei até com
vontade de aprender russo, olha só! kkk
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