[Resenha] Faça o amor ser fácil - Thamires Hauch
Esse pequeno livro traz grandes reflexões. A autora, Thamires Hauch, é terapeuta e fala com propriedade sobre os assuntos abordados no livro: autoconhecimento, relacionamentos e amor.
O discurso sobre amor próprio é a base de toda narrativa e, sem dúvidas, o mais importante. É muito importante lembrar que antes de amar alguém, precisamos primeiro nos amar e isso é descrito e até exemplificado nesse livro.
A autora ilustra casos de relacionamentos tóxicos ou de dependência emocional com casos que ela mesma atendeu em seu consultório. E também compara com suas próprias experiências. A narrativa é real, as situações são presentes e existem muitas pessoas – sobretudo mulheres – que vivem esses tipos de relações por não entenderem que existe outra saída. Talvez com a leitura desse livro que provoca tantas reflexões, essa pessoa pode repensar e mudar.
Apesar do livro abordar o relacionamento como um todo, a autora foca mais no ponto de vista feminino, nos problemas e traumas que as mulheres vivenciam e dá voz a elas. Ao falar sobre o assunto, é possível fazer uma auto reflexão e avaliar o que realmente são problemas e o que são apenas neuroses. Nós costumamos sempre nos comparar aos outros pra entender o nosso erro. E nosso erro é o fato de comparar.
“Nosso problema é se comparar. Ponto. Nosso problema maior é se comparar a uma pessoa que não tem absolutamente nada a ver conosco.
A comparação é a mãe de todas essas dores.”
Que discurso importante o do amor próprio! Não é só questão de autoestima, é questão de nos dar o valor que merecemos. Somos todas incríveis! Realizamos feitos inacreditáveis. Somos fortes, guerreiras e lindas. Cada uma com sua própria beleza e suas particularidades que nos fazem únicas! Autoconhecimento e autovalorização são extremamente importantes e quanto mais falarmos sobre isso, mais incentivaremos outras mulheres a cultivarem esse sentimento.
E para exemplificar bem o que estou dizendo, vou finalizar essa resenha com mais um trecho sensacional do livro. Não tratem apenas como um trecho e sim como um conselho:
“Mulheres, o importante, independente da variável presente nesses casos, é que vocês se valorizem.
Se há mais ausência do que presença; mais dor do que alegria; mais dúvida do que conforto; mais descaso do que caso; mais desculpas do que mudança: não insistam.
Quando o afeto vem em migalhas, a gente mostra que não é isso que mata nossa fome”.
E para reforçar essa narrativa tão necessária, vou deixar vocês com mais um trecho:
“Quando você teme se posicionar pensando ser possível que a sua firmeza afaste quem você ama, você impede que o outro realmente te conheça.
Fica o questionamento: Ama a mim ou o que espera que eu seja?
Convenhamos, há um abismo entre esses dois.
Quem quer que esteja contigo deve admirar o teu voo, achar bonitas tuas asas, compreender a razão de suas dores, respeitar o seu espaço.
Uma pessoa que só te aceita quando é beneficiada pela sua bondade extrema, na verdade, não te aceita – vive mais preocupada com o fato de não aceitar a si e precisar encontrar alívio em alguém.
Ninguém precisa ter livre acesso a você.
Até as pessoas que mais amamos precisam conhecer nossos limites.
Delimitar espaços saudáveis nada tem a ver com ausência de amor: tem a ver com a presença do amor próprio.
O preço que se paga por querer ser aceita a qualquer custo é o preço de nunca saberem o seu real valor.”
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