[Resenha] Esplêndida - A história de Emma - Julia Quinn
Resenha: Esplêndida – A História de Emma
Autora: Julia Quinn
Editora: Arqueiro
Número de páginas: 332
Olá, leitores! Como vocês estão?
Quem acompanha as resenhas aqui
do blog já deve ter percebido que tanto eu quanto a Josy estamos presas no irresistível
universo dos romances de época, então vocês imaginam o tamanho da minha
ansiedade para ler “Esplêndida – A História de Emma”, o primeiro livro que a
Julia Quinn escreveu!
A história foi lançada em 1995,
mas só deu o ar da graça por aqui no dia 15 de abril desse ano (junto com um
pin fofíssimo). Ele é o primeiro volume da trilogia “Damas Rebeldes” e, mesmo
sendo o romance de estreia da autora, o estilo tão característico e a
habilidade de nos encantar com seus personagens já estavam presentes.
Aqui nós vamos conhecer a
americana Emma Dunster, uma jovem bem fora da curva para os padrões da época.
Dona de intensos cachos ruivos, não se deixe enganar pela aparência delicada e
frágil, ela é do tipo que não leva desaforo para casa. Contrariando os costumes
que ditavam o comportamento da maioria, Emma foi altamente instruída pelo pai,
que a consulta em toda as etapas da administração do estaleiro da família.
Nenhuma decisão é tomada sem a
opinião dela e, por adorar tanto essa rotina na qual se sente extremamente útil,
Emma tenta de todas as formas convencer o pai a não mandá-la passar um ano em
Londres sob os cuidados dos tios. Mas ele quer que ela se divirta na companhia
dos primos, então Emma não tem outra escolha senão embarcar para a Inglaterra.
Toda essa resistência também se
deve ao fato de que Henry e Catherine, o Conde e a Condessa de Worth, não vão
apenas levar a sobrinha em alguns eventos da aristocracia, eles planejam uma
entrada triunfal para ela na alta sociedade e, quem sabe, deixá-la tão
apaixonada por Londres que a vontade de voltar para os Estados Unidos não passe
de uma mera lembrança.
Apesar de ter desfrutado de uma
educação tradicional, Emma não tem muita facilidade em se controlar como as
outras as damas de mesma posição e, para ser honesta, ela pouco se importa com
a opinião daquelas pessoas que mal conhece, o que realmente a assombra é a
ideia de envergonhar os tios e primos, a quem ela ama profundamente. Na
tentativa de fugir de mais uma discussão sobre os arranjos de flores do baile
que será oferecido em sua homenagem, ela decide caminhar um pouco pela cidade
antes que seu rosto se torne conhecido e os olhares atentos e curiosos passem a
segui-la.
Nessa inocente escapadela de Emma,
nós conhecemos a outra ponta desse romance, Alex Ridgely, o Duque de Ashbourne.
Também conhecido como o maior libertino da alta sociedade. Solteiro convicto,
ele tem plena certeza de que só se casará quando não puder mais adiar a necessidade
de ter um herdeiro. Para Alex, o matrimônio é uma etapa irritantemente
necessária e ele pretende se abster da tarefa pelo máximo de tempo possível.
Mais precisamente, seus planos envolvem se casar perto dos 40 anos, garantir
que o ducado permaneça na família e ignorar sua futura esposa. Seu caminho está
traçado e por mais contrárias que sejam as vontades de sua mãe e irmã, ele não
vai renunciar a sua liberdade.
O problema é que Emma veio a toda
velocidade em sua direção (literalmente) e Alex não teve como desviar. Depois
de conhecê-la um pouco melhor, ele estava certo de que havia encontrado alguém
tão teimosa quanto ele e foi como se o mundo tivesse desabado sobre sua cabeça.
O clichê cão e gato repleto de
diálogos afiados e com várias e várias briguinhas recheia as páginas de
“Esplêndida” e explica por que Julia Quinn chegou aonde está. Aliás, para mim o
relacionamento de Emma e Alex também se encaixa perfeitamente na categoria “Tom
e Jerry”, porque, sem querer dar muitos spoilers, vamos dizer que o Duque é
incansável e bem persuasivo quando decide que quer alguma coisa.
E já que estamos falando dele,
apesar de ser irresistível em muitos aspectos, Alex não foi um personagem pelo
qual eu me apaixonei, como é o caso de outros protagonistas masculinos do
“Quinnverse”. Ele é autoritário em diversos momentos e, talvez pelo fato de ter
Londres inteira aos seus pés, o Duque de Ashbourne é a própria imagem da
autoconfiança. Usando o bom português, Alex se acha a última bolacha do pacote.
Ele enxerga quase todas as
mulheres da mesma forma: frívolas, de mente simplória e interessadas apenas em
conquistar uma posição confortável. Mas nada como uma americana pouco afeita ao
estereótipo da jovem aristocrática inglesa para contestar tudo o que ele mais
acredita.
Confesso que ri muito
acompanhando as idas e vindas desse casal que deseja ficar junto mais do que
qualquer outra coisa, porém se recusa a dar o braço a torcer na mesma
intensidade. Um prato cheio para os fãs de romance de época.
Um ponto muito relevante levantado
na história é o papel que a mulher podia desempenhar na sociedade do início do século
XIX. Claro, dentro do recorte das damas da aristocracia que viviam de acordo
com inúmeras regras um tanto quanto absurdas, mas que de fato não estão muito
distantes da forma como vivemos hoje, no século XXI.
Uma cena marcante e que ilustra
bastante essa questão é um diálogo entre Emma e Sophie (irmã de Alex) no qual ela
se queixa que a maior vontade do pai era que ela assumisse o comando do
estaleiro sozinha, porém ele jamais poderia fazer isso pois a estaria
condenando ao fracasso, já que, independentemente de a capacidade da filha ser
superior à da maioria dos homens, ninguém aceitaria fazer negócios com uma
mulher.
Ah e como eu não poderia deixar de lembrar, tirem as crianças da sala! A fama de libertino não segue Alex a troco de nada e a autora deixa as habilidades sedutoras dele mais do que claras, para dizer o mínimo. Então sim, “Esplêndida” é um romance que provoca reflexões importantes, mas também é leve, divertido e bastante sensual.
Espero que tenham gostado da
resenha de hoje! Um beijo e até a próxima 😊
Deixe seu comentário