[Resenha] Herdeiras do mar – Mary Lynn Bracht
Número de páginas: 303
Ano de lançamento: 2020
Uma das coisas que mais tenho feito nessa
quarentena é colocar as leituras em dia. E recentemente fui agraciada com um
livro fantástico. Recebido pela TAG inéditos no mês de março, a obra
"Herdeiras do Mar" da autora, Mary Lynn Bracht, conta a história de
Hana e Emi duas jovens que tiveram o trajeto de suas vidas totalmente alterados
devido aos efeitos da Segunda Guerra Mundial.
Em
1943, Hana vivia com sua família na província sul-coreana de Jeju, uma ilha
conhecida por seus vulcões e balneários. O local pertence a uma linhagem de
mulheres haenyeo, que são mergulhadoras que chegam a passar mais de cinco horas
seguidas na água em busca de peixes, polvos, conchas entre outros frutos do
mar. A maioria delas têm entre 60 e 90 anos, e são responsáveis pelo sustento
da família.
Hana
mora com a mãe, o pai e a irmã mais nova Emi. Em sua rotina ela ajuda sua mãe a
mergulhar todos os dias. Porém, tudo muda quando ela cruza com um soldado
japonês que a sequestra e a transporta para a região de Manchúria, onde a
menina é forçada a se tornar uma "mulher de consolo". Durante o
período da Segunda Guerra Mundial, muitas meninas/mulheres e infelizmente
crianças, eram forçadas a servir sexualmente os soldados. O termo
"mulheres de consolo" se refere a exploração sexual, pois elas eram
estupradas por homens que atuavam em bases militares.
Hana apesar das inúmeras dificuldades não
desiste de tentar voltar a sua família. O que encontramos no livro, é um
paralelo da vida dessas duas meninas, e de como elas seguem seus caminhos
apesar da dor e do sofrimento.
De acordo com informações, estima-se que
cerca de 200 mil mulheres sul-coreanas tenham sido submetidas e forçadas a
servir os soldados. Essas mulheres não aparecem nos livros sobre as grandes
guerras, a história delas, todo sofrimento e tortura é ignorado, por isso
contar essas histórias é algo muito importante.
Esse livro relata uma história comovente. De mulheres
fortes e resistentes como rochas. É profundo, sincero, duro e sofrível, porém
necessário.
Outro livro que já figura entre os meus
favoritos. Uma das leituras mais emocionantes que fiz no ano, esse livro é
extremamente forte, e me emocionei em diversas partes.
A obra traz um outro lado da Guerra,
relatando a sofrida vida que muitas mulheres tiveram nesse período. Na voz
dessas duas meninas, somos apresentadas a várias informações históricas sobre
esse lado pouco abordado dos acontecimentos e podemos conhecer melhor sobre as
mulheres haenyeo e sua cultura.
Esse é um daqueles livros fortes que nunca
esquecemos, mesmo após a leitura ser finalizada. Um livro com fatos de extrema
crueldade, por isso para algumas pessoas pode apresentar algum tipo de gatilho.
Leitura incrível e super recomendada para quem gosta de livros com histórias
intensas e marcantes.
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