[Resenha] A lista negra – Jennifer Brown
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Um massacre em um colégio, instigado
pelo bullying, marca a vida de alunos e familiares. Nick, um jovem considerado “esquisito”
pelos demais alunos e sua namorada, Valerie, fazem uma “lista negra” onde colocam
nomes de pessoas ou coisas que odeiam, entre os nomes listados, estão de vários
alunos do colégio que frequentavam, alunos que praticavam bullying com eles.
Para Valerie, era apenas um caderno
com nomes, como uma válvula de escape, mas só mais tarde, após o atentado
causado por Nick é que ela percebe que ele não encarava da mesma forma.
O livro é iniciado com uma página de
jornal noticiando a tragédia. Nick entrou no colégio portando uma arma, foi até
o refeitório e disparou contra várias pessoas, incluindo um professor. Após
atingi-las, ele dispara contra a perna de Valerie e em seguida contra sua
própria cabeça, morrendo instantaneamente.
Após a morte de Nick, Valerie passa a
sofrer as consequências desses atos, afinal, ela tinha envolvimento, de uma
certa forma. E passou a ser investigada e ter sessões com psicólogo. Ela se
culpa por ter tido a ideia da lista, ela se culpa por não ter percebido no
comportamento do namorado que isso poderia acontecer. Ela sente que nunca vai
ser perdoada.
Ela acredita que foi o gatilho de
tudo, pois tudo começou após ela relatar a ele o que uma das garotas fez a ela –
quebrou seu MP3. Ele disse a ela que daria a garota o que merece, Valeria
acreditou que ele iria apenas brigar com a valentona, mas ao chegar no local
ele simplesmente tirou a arma e começou a eliminar as pessoas da lista. O
ataque ficou conhecido como “O Massacre do Colégio Garvin”.
“O que ele poderia dizer para o resto de nós, tão marcados pelo que aconteceu naqueles corredores e salas assombrados do colégio que conhecíamos e que tínhamos amado?”
A vida após um trauma como esse não é fácil e, as acusações que foram dirigidas a ela por ter sido namorada do agressor, causa ainda mais marcas. Ela não atirou. Ela não queria que isso tivesse acontecido, mas ela não é capaz de odiar Nick mesmo depois de ele ter causado tudo isso. Ele era uma pessoa boa, ela tinha certeza disso. Mas as outras pessoas pareciam não enxergar, mesmo ele tendo morrido também.
Enquanto uns apontam dizendo que ele era uma vítima também, outros tantos dizem que ela deveria ter morrido também. Nick morreu deixando as consequências para Valerie lidar e, o que pode parecer impossível, pode surpreender.
Link à uma história real
O tema é familiar. Em 1999 nos EUA
aconteceu um massacre real similar, o “Massacre do Colégio Columbine”. Nele,
dois jovens que sofriam bullying no colégio resolvem se vingar. Ambos entram
armados no local e disparam contra todos que cruzam pelo caminho. Tudo foi bem
planejado pelos rapazes, eles implantaram também bombas para afastar os
bombeiros, dispositivos explosivos e carros-bomba. Assim como na história do
livro “A lista negra”, os garotos do Massacre do Colégio Columbine, mataram 12
alunos, 1 professor e deixou várias outras pessoas feridas. Os assassinos
também morreram no local.
Eles possuíam diários onde descreviam
todo o plano cuidadosamente bem arquitetado. Antes do atentado, um deles criou
um site privado que disseminava palavras de ódio contra o colégio , pais e
amigos. Esses documentos investigados pela policia é que levaram acreditar que
o motivo que levou os garotos a realizar esse ataque tenha sido o bullying,
apesar de não termos provas concretas em relação a isso.
Um livro de 2015, que relembra um acontecimento
real de 1999 com um tema que está cada vez mais atual. Com uma abordagem delicada
e um final emocionante, a narrativa deixa bem claro o quanto precisamos de mais
diálogo, do quanto precisamos dar importância para esse assunto.
“De certa forma, Nick estava certo: às vezes, todos temos de ser vencedores. Mas o que ele não entendeu foi que todos temos também de ser perdedores. Porque não se consegue uma coisa sem a outra”.
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