[Resenha] Por isso a gente acabou - Daniel Handler

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“Por isso a gente acabou”; Autor: Daniel Handler; Editora: Seguinte; 362 páginas
     “Não tenho opinião formada”. Faço dessas palavras de Al, um dos personagens desse livro, as minhas quando se trata de “Por isso a gente acabou”.
     A obra conta a história de Minerva, conhecida como Min, que começou um relacionamento com Ed, o cacapitão do time de futebol da escola Hellman, onde estudam. O namoro deles se torna algo muito comentado pela diferença de personalidade entre eles. Ele é o atleta e ela é a “das artes”. Min é apaixonada por filmes e diversas referências cinematográficas são feitas no decorrer da trama. Inclusive, foi o cinema que os uniu, mesmo que ele não tivesse essa paixão como ela. Mas independente de todos os comentários alheios, ele sempre afirmava que ela era diferente.
     Entretanto, no início no livro já somos informados que eles terminaram e agora Min finalmente conseguiu reunir formar para entregar de volta todas as coisas de Ed, mesmo que sejam coisas que lembrem indiretamente. Em forma de cartas, ela introduz com a ilustração do objeto que está devolvendo, seguindo da narração da cena que o envolve. A cada nova descrição de cena, vai se costurando uma história de amor fadada ao fracasso desde o início que apenas ela não consegue ver. Até mesmo o leitor consegue identificar que o garoto é um cafajeste no começo do livro, mesmo que a gente não imagine tanto quanto realmente é.
     A narrativa é feita realmente em forma de desabafo. Uma jovem adolescente que se entregou para o garoto mais popular, achando que seria diferente, mas que se enganou. Sem contar o clichê, ela também descreve a transição dessa superação. Cada novo relato reforça o motivo por terem terminado. Uma fase característica na vida de muitas jovens, Min enfrenta amores e desamores. Uma montanha russa de emoções até se dar conta de quem é.
“O negócio de ter o que o seu coração deseja é que não sabe o que deseja até aparecer”.
     Por se tratar de uma história bem juvenil, não foi um livro que me trouxe uma conexão e nem mesmo uma simpatia. O garoto já se mostrou um babaca no início quando roubou dinheiro da bolsa da amiga de Min. Após esse episódio, várias cenas babacas se desenrolam provando o quanto eles são diferentes e o quanto ela merecia alguém melhor. Ela merecia enxergar melhor ao seu redor. Mas é o tipo de coisa que precisa de maturidade, coisa que com essa idade é comum não ter. Essa visão ampla do seu exterior.
“Que idiotice pensar que eu era outra coisa, como achar que ficar sujo de grama te deixava lindo, como se ganhar beijos te transformasse em beijável, como se me sentir aquecida te transformasse em café, como se gostar de filme fizesse de você diretora de cinema.”
     Mas também não posso julgar. O amor é capaz de nos tornar idiotas e cegos. E o namoro deles, cheio de segundas chances, de fingir que algo feito não afeta, é extremamente comum na vida de todo mundo. Vai dizer que você deu atenção para alguém que te alertou que aquele garoto ou aquela garota não era bom ou boa pra você? Quando se ama, não se dá voz para razão e é nisso que rola uma empatia com nossa protagonista.
     De qualquer forma, o jeito criativo em que o livro tem sua história contada, sempre apresentando objetos que remetem aos acontecimentos, é algo que faz da história algo mais especial. Para um jovem, principalmente passando por essas etapas, é um livro que pode fazer a diferença. Se não fizer, ainda acaba sendo um bom entretenimento.

27 anos, jornalista e fundadora do Portal Estante da Josy

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