[Resenha] “Aconteceu Naquele Verão” e “Fisgados Pelo Amor” - Tessa Bailey
Resenha: “Aconteceu Naquele Verão” e “Fisgados Pelo Amor”
Autora: Tessa Bailey
Editora: Intrínseca
Alô, fãs de romance com muito (mas muito mesmo) hot?! Talvez essa
resenha tenha um tempero especial para vocês... Hoje eu vou deixar a minha
humilde opinião sobre essa duologia que teve um hype bem grande entre
2022/2023, mas que eu só consegui ler nas últimas semanas.
Em “Aconteceu Naquele Verão” e “Fisgados Pelo Amor” duas
protagonistas fortes e resilientes comandam suas respectivas histórias de
maneiras diferentes, cada uma com seu jeitinho característico e único ainda que
sejam irmãs.
Piper e Hannah cresceram em um cenário glamuroso, abundantemente
privilegiado, praticamente no topo do mundo. Sob as asas do padrasto cineasta,
a vida das irmãs sempre foi aparentemente fácil, com todas as oportunidades
possíveis e imagináveis diante delas. A única coisa que precisaram fazer foi
escolher um caminho, mas com Piper não foi bem assim.
Aconteceu Naquele Verão
Número de páginas: 412
Piper Bellinger se tornou um rosto conhecido entre os escândalos
que permeiam a vida sob os holofotes das celebridades milionárias de Los
Angeles. Apaixonada por uma boa festa, ela faz sucesso nas redes sociais e, por
mais que no fundo seja uma mulher inteligente e amorosa, ninguém à sua volta
parece estar muito interessado no que vai além da imagem de garota rica e
mimada. Para ela o mundo funciona desse jeito mesmo, então tudo bem certo? Afinal
essa é única vida que conhece. Quem for 25+ provavelmente vai se lembrar de
atrizes e personalidades como Lyndsay Lohan, Paris Hilton e tantas outras
causando nos tabloides dos anos 2000.
A coisa foge de controle quando um pé na bunda registrado por
vários celulares e olhares curiosos desencadeia o que talvez tenha sido a maior
enrascada na qual ela já se envolveu. Digamos que invadir a cobertura de um
hotel para fazer uma festa na piscina não tenha sido a melhor das ideias.
Dessa vez Piper foi longe demais, além de ter ido parar na cadeia,
o prejuízo da noite regada a muito champagne pode atingir o financiamento do
novo filme de Daniel, seu padrasto. Toda a confusão, aliada a aparente falta de
propósito dela, faz com que ele e sua mãe tomem uma atitude drástica. Piper
será enviada a Westport, uma cidadezinha litorânea do outro lado do país, para
passar o verão e cuidar do bar que foi deixado para ela e a irmã pelo pai
biológico, falecido quando as duas ainda eram bem pequenas.
Passado o choque inicial e com a ajuda de Hannah, que decidiu
acompanhá-la mesmo sem ter sido castigada, Piper se depara não apenas com uma
cidade nova, mas com uma vida que poderia ter sido sua, caso o pai não tivesse
morrido e a mãe se mudado para Los Angeles.
Aos poucos ela vai descobrindo sobre suas origens, sobre a
profissão extremamente perigosa do pai – que foi a responsável pela sua morte -
e sobre Brendan, capitão do Della Ray, um viúvo com cara de poucos amigos que
segue uma rotina rígida demais para o gosto de Piper, mas que também esconde um
coração gigantesco que parece ter voltado a bater com a chegada dela.
A questão é que Piper chegou em Westport com um plano traçado para
conseguir reconquistar a confiança de Daniel e poder voltar à sua antiga vida.
No entanto, essa nova realidade que não tem nada de glamurosa, mas é cheia de
pessoas “de verdade”, começa a se parecer menos com uma punição e mais com uma
oportunidade que ela talvez esteja pronta para agarrar.
“Aconteceu Naquele Verão” é uma leitura extremamente rápida e
gostosa, os primeiros capítulos já nos prendem e fazem querer acompanhar as
loucuras dessa protagonista inconsequente rumo ao desconhecido. Apesar de ter
gostado bastante da proposta e toda a ambientação, sinto que alguns plots
ficaram mal resolvidos e mereciam um desenvolvimento melhor. Sim, eu sei que
quando se trata de romances o foco está no casal principal e na sua construção,
mas alguns detalhes “esquecidos no churrasco” me fizeram terminar a leitura com
um gostinho de incompleta.
Quanto as cenas hot, recomendo ligarem o ventilador porque esse
livro pega fogo, mas brincadeiras à parte, tenham em mente que essa história é
+18, com descrições, palavrões e tudo mais, então se você nunca leu algo do
tipo, pode ser que algumas passagens te surpreendam. Ainda mais levando em
consideração que Brendan, todo fofo e cuidadoso na maior parte do livro,
assumia uma personalidade bem oposta nas cenas de sexo, quase me questionei se
eram dois personagens diferentes kkkk.
“Aconteceu Naquele Verão” é uma comédia romântica leve, com
momentos divertidos, outros dramáticos e alguns tensos, que reúne alguns dos
meus clichês favoritos (enemies to lovers + cidade pequena) daquele jeitinho
bem sessão da tarde para maiores que a gente ama. Embora eu não tenha ficado
completamente satisfeita com a resolução da história, este é um livro que eu
recomendo, principalmente para quem é fã do gênero.
“Fisgados Pelo Amor”
Número de páginas: 336
Se um capitão irresistível é bom... Dois é melhor ainda! Em
“Fisgados Pelo Amor”, acompanhamos o desenvolvimento do romance entre Hannah,
irmã mais nova de Piper, e Fox, melhor amigo e integrante da esquipe de
pescadores de Brendan. Esse é um casal que já começou a deixar pistas do que
viria pela frente no primeiro livro da duologia e preciso dizer que foi ainda
melhor do que eu esperava.
A trama tem início com Hannah de volta a Los Angeles após os
eventos de “Aconteceu Naquele Verão” e aqui vai um aviso – SPOILERS À PARTIR
DESTE PONTO – afinal estamos falando sobre a continuação da história o que
torna praticamente impossível não soltar alguma informação, então estejam
avisados.
Seis meses após voltar de Westport, Hannah sente cada vez mais
saudade da vida na cidade pequena ao lado da irmã, da avó e dos novos amigos
que fez por lá. O trabalho como assistente de direção a fez voltar para a casa
dos pais, mas agora parece extremamente vazia sem Piper e a rotina na cidade
caótica se tornou bem menos atraente.
No entanto, Hannah tem um objetivo e não quer desistir dele tão
facilmente. Ela sonha em trabalhar com trilhas sonoras para filmes, aliás a
personagem tem adoração por música, seu conhecimento é impressionante e cada
momento de sua vida é acompanhado por uma playlist certeira. Ela simplesmente
sabe que música se encaixa perfeitamente de acordo com o sentimento e contexto
da situação e é esse instinto que pretende seguir.
Hannah espera que o trabalho como assistente de direção abra as
portas para o seu futuro idealizado, sem muita interferência do padrasto
diretor de cinema, portanto mesmo engolindo a pequenas humilhações diárias e
sentindo que continua tão invisível como quando começou, ela vê uma
oportunidade de unir o útil ao agradável após uma epifania criativa de Sergei,
o diretor para o qual trabalha e por quem tem um crush há vários meses.
Quando o homem decide que precisa de uma nova locação pitoresca
para fazer jus a sua visão artística do que seu filme deve ser, Hannah não
perde tempo e logo sugere Westport como o lugar ideal. Para a surpresa dela,
Sergei gosta da ideia e decide colocar a equipe na estrada.
Na outra ponta desse friends to lovers de milhões está Fox, tido
como o pegador que jamais se apegará a ninguém. Ele e Hannah vêm trocando
mensagens desde que ela deixou a cidade e ambos construíram uma relação de
amizade sincera que o deixou até surpreso, afinal, nunca chegou a esses termos
com mulher nenhuma.
Por uma ironia do destino, agora ele irá hospedá-la em seu
apartamento pelo tempo que durarem as filmagens. Sob o forte aviso de Brendan o
intimando a não dar em cima da irmã de sua noiva, pois o único resultado de um
envolvimento íntimo entre os dois será o coração partido de Hannah, Fox promete
para si mesmo e para o amigo que se manterá na zona da amizade. No entanto, a
convivência diária misturada com uma sintonia fora do comum, embaçam as linhas
antes traçadas com tanta firmeza, tornando-as apenas esboços.
Assim como Piper, que no primeiro livro anseia para que a vejam
como a pessoa que ela realmente é e não como a imagem que ela transmite, Fox
passa por um dilema parecido que o persegue pelo livro todo. Ele sabe que
construiu essa fachada de garanhão que não se importa com nada, nem ninguém e
talvez nunca consiga se livrar dela, uma insegurança que o faz rejeitar
diversas vezes a oferta de Brendan para que ele se torne capitão do Della Ray
quando o amigo assumir o leme do novo barco, mas como conquistar o respeito da
tripulação se ele mesmo não se vê dessa forma?
Por outro lado, Hannah começa a ver as oportunidades em seu
caminho com outros olhos... E se a sua felicidade estiver em outro lugar, se
dedicando à música de maneira distinta e, em especial, com um pescador
apaixonado a esperando em casa?
Preciso confessar que esse casal me conquistou mais do que o
primeiro, talvez pela personalidade de Fox que é daquele tipo irresistível que
mistura ironia, bom humor e um toque de “eu sou bonito mesmo” (esses são os
melhores). Hannah, por outro lado, é bem mais “pé no chão”, completamente
ciente das suas responsabilidades e de que precisa criar coragem para buscar as
oportunidades que tanto quer.
A leitura foi tão prazerosa quanto a anterior, seguimos
praticamente no mesmo ritmo estabelecido por Tessa Bailey, com a diferença de
que esse romance demora bem mais pra acontecer, então eu o colocaria na estante
dos slow-burns. Novamente, questões que ficaram do primeiro livro que eu
esperava algum tipo de explicação ou desfecho ficaram só na minha cabeça mesmo,
o que me fez não dar cinco estrelas para Fox e Piper, ainda que eu tenha
adorado a história deles.
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