[Resenha] A magia que vem de dentro - Stefani Banhete

“A magia que vem de dentro” autora: Stefani Banhete; Editora: Lura Editorial; 342 páginas.

Até 400 anos atrás, a Magia era uma força poderosa em nossas vidas. As pessoas que nasciam com ela eram os  governantes do reino por direito e sob o comando da Rainha Vermelha, nós vivíamos felizes e em paz.

A história se passa 400 anos depois da última guerra que afastou a magia da vida das pessoas. Agora, os guerreiros precisavam viver vidas comuns. E nessa vida eles decidira viver da música. Juntos formavam uma famosa banda musical.

Quando precisaram de um baixista e abriram audições, conheceram Tommy, um garoto que nunca conheceu o universo da magia, mas que logo se revelaria parte desse mundo, mesmo sem ele mesmo saber.

Evander, assim que o viu, logo soube que Tommy era especial. Não só especial de uma maneira geral (o que também era), mas era especial para ele. Sem dúvidas sua alma gêmea. E a recíproca era verdadeira. Tommy, que até então nunca havia namorado homens, se viu encantado por Evander e com um misto de sentimentos que não sabia explicar.

Além desses dois, somos apresentados a uma legião de personagens muito importantes que compõem a banda e também são seres mágicos. Vou deixar que o próprio Evander os apresente:

Fui treinado na Academia para ser um Guerreiro, por isso sou o líder. Aliz é uma poderosa Curandeira e Vidente e os rapazes têm habilidades diferentes. Bhanks é meu segundo em comando e sabe tudo o que eu sei. Nós também temos um elo mental. [...] Kadmus e Sirus são especialistas em feitiços de defesa e ataque, respectivamente, Darius pode projetar ilusões nas mentes das pessoas e Newton é um Alquimista.

Ao integrar o grupo, Tommy percebe coisas muito estranhas acontecendo ao redor e então é apresentado a história da magia e da Rainha Vermelha. De início, ele custa a acreditar, mas aos poucos vai aceitando a verdade e até mesmo encontrando a sua própria magia que estava adormecida dentro de si.

“É triste ver alguém que prefere acreditar que outros são loucos a aceitar que o extraordinário é possível.”

Com o grupo enfim formado, as ameaças retornam e eles precisam se preparar para algo grandioso que está por vir. A Rainha ainda está viva e precisa ser resgatada para que tudo volte a ser como antes. No entanto, muitos obstáculos surgirão. Conflitos pessoais, intrigas antigas e traições estarão presente nessa trama tornando a aventura ainda mais eletrizante.

“-Se uma guerra estiver se aproximando, nós lutaremos, como lutamos antes.”

 

Tenho duas coisas para pontuar sobre a história:

1.      Não é um livro para crianças

Assim que eu comecei a leitura, me vi envolvida em universo lúdico, mágico, divertido que me fazia alusão a Harry Potter, Percy Jackson e outras grandes histórias de fantasia do público infanto juvenil. A aparência e comportamento do Tommy e algumas das relações entre personagens passam um tom leve típico das histórias para o público juvenil. Mas não se engane, temos aqui muitas descrições HOT! Isso mesmo, o romance de Evander e Tommy é descrito em detalhes, até mesmo as cenas íntimas. Não sendo recomendado, nesse caso, para crianças. É uma história de fantasia, leve e divertida, com romance doce e um bom toque sensual.

2.      Representatividade

Eu nunca tinha lido um livro que conseguisse carregar tantas causas em suas páginas e trabalhar tão bem todas elas sem precisar de muito aprofundamento. Temos aqui a relação de uma pessoa com sua deficiência física, após perder uma perna em uma guerra. Temos também quase toda a comunidade LGBTQIAP+ representada na história. Temos bissexuais, gays e até gênero neutro. Algumas referências vão sendo notadas durante a história e, apesar da autora negar a inspiração, ela diz que a coincidência é válida e muito bem aceita. A nossa imaginação vai longe com esse livro!

Em resumo, me diverti bastante com essa história e me envolvi demais com os personagens.

O livro é apenas o número um de uma série que ainda está sendo escrita. Pelo gancho deixado no final do primeiro livro, já espero por muito mais aventuras por vir.

“-Você está fazendo a coisa certa, Ev. – Kadmus diz, enquanto ajuda seu comandante a ajustar seu equipamento.

-É? Então por que sinto como se eu o estivesse traindo?

-Porque você está! – o outro Mago rebate, socando de leve o ombro de Evander. – Não disse que era fácil ou agradável. Na maioria das vezes, a coisa certa a se fazer não é nem uma nem outra.”

Se você desejar adquirar um exemplar físico do livro, pode comprar diretamente com a autora. Entre em contato com ela pelo instagram: @stefani_banhete

28 anos, jornalista e fundadora do Portal Estante da Josy

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