[Resenha] Passarinha - Kathryn Erskine

Livro: Passarinha; Editora: Valentina; Lançamento: 2013; Páginas: 224; Autora: Kathryn Erskine

O livro Passarinha vai retratar a vida de Caitlin, uma menina de dez anos que tem a síndrome de Asperger. Cait perdeu, recentemente, seu irmão mais velho, em uma tragédia no colégio Virginia, e ficou muito abalada, pois seu irmão, Devon, era o único que a entendia e a ajudava a compreender as pessoas e as suas atitudes. Contudo, Cait e o seu pai se afundaram em seus sentimentos e, nesse cenário de morte, tiveram que trabalhar muito para achar o desfecho emocional que garantiria a sua estabilidade.

Cait é especial, assim como todos nós somos; somos especiais porque estamos vivos. Esse livro é, facilmente, definido pela palavra empatia. O livro nos ajuda a sermos seres empáticos, uma vez que acompanharão o que é perder um ente querido e não ter economias suficientes para fazer terapia e, dessa forma, ter que lidar com isso de forma unitária e dependendo da solidariedade dos demais. A história é narrada pela própria Caitlin e isso deixa tudo mais intenso, sentimos e passamos por tudo que a nossa garota enfrenta.

O massacre do colégio foi real, mas não teve apenas três mortos, como é retratado nesse romance, mas sim trinta e duas mortes e dez feridos, sendo considerado um dos maiores atentados da história, ocorreu no dia 16 de abril de 2007, foi um evento tenebroso e assustador. A princípio, pensamos que o livro irá ser triste, devido às condições e as perdas da protagonista, todavia nos surpreendemos ao perceber que é uma historia delicada e pura de superação.

Esse livro é essencial, visto que não há apenas uma criança aprendendo a lidar com o luto, mas também, aprendendo a ser mais empática, a fazer amigos, a ser educada e solidária. Cait não procura apenas o significado da palavra desfecho no papel, mas a procura na vida. A obra nos ensina que a empatia chega sem um aviso prévio, entendemos as pessoas porque, muita das vezes, os sentimentos são os mesmos que os nossos, mas esse livro nos levou a um cenário diferente, um cenário que aperta e esquenta o coração. A empatia que é criada por Caitlin abala os seus leitores, mas, ao acompanhar a trajetória dessa garotinha mais do que especial, transforma-se em algo lindo.

“Empatia é uma coisa que pode deixar a gente muito triste.”

O livro nos ensina que a dor é natural, até mesmo inevitável, porém nunca permanente. Entretanto, conseguimos tirar algo belo até do que mais nos machuca e Cait ensina isso para todos nós.

“Acho que vai doer. Mas talvez depois da dor eu consiga fazer uma coisa boa e forte e bonita de tudo isso.”



27 anos, jornalista e fundadora do Portal Estante da Josy

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