[Resenha] "Muito além do tempo" e "A guardiã do tempo" - Alexandra Monir
“Muito além do tempo” e “A
guardiã do tempo”; duologia; série Timeless; autora: Alexandra Monir; Editora Jangada; 261
páginas e 231 páginas.
Faremos agora uma viagem no tempo
para encontrar um casal muito especial. Ele é pianista, ela é letrista. Ele é de 1910 e ela de 2010. Juntos
são capazes de compor um romance que ultrapassa as barreiras do tempo.
Vamos começar colocando uma
música?
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A música que estamos ouvindo é “Serenata”
de Franz Schubert, essa é a música que embala o casal.
Michele, que não teve contato com
seu pai, criou um belo relacionamento com sua mãe, ela sabia que podia
compartilhar qualquer coisa, até mesmo os sonhos recorrentes com um homem de
olhos azuis. Em um dia fatídico, Michele perdi sua mãe para um acidente de
carro e se vê obrigada a mudar-se para casa de seus avós.
Acontece que seus avós são muito
ricos, uma família influente, mas não haviam tido contato com ela e sua mãe e o
motivo é algo tão sério que deixa Michele confusa ao saber que a própria mãe
pediu para passar a tutela dela para os avós.
Nessa mansão, ela é instalada em
um quarto que passou por diversas gerações de jovens da família. O cômodo ainda
mantinha alguns objetos dessas antigas ocupantes, inclusive de sua mãe. Havia
uma chave que havia sido deixada para Marion (mãe de Michele) pelo pai de
Michele. Esse objeto misterioso chamou a atenção da jovem que resolveu colocar
em seu pescoço, como forma de ficar mais próximo aos pais.
Mas é o diário de Clara,
encontrado em uma gaveta, que traz uma grande mudança na vida de Michele. Ao
começar a lê-lo, segurando a chave, ela é transportada para 100 anos antes de
seu tempo, no mesmo local, naquela mesma casa que abrigava outras pessoas. Lá
ela encontra, além de Clara, sua ancestral, o homem que vem perseguindo-a em
sonhos desde que era uma garotinha. Apenas Clara e Philip são capazes de vê-la,
o que a faz se passar por um “fantasminha camarada”.
Philip também a reconhece, não de
sonhos, como ela, mas de uma vez, no passado dele, em que a encontrou. Em um
misto de encantamento e curiosidade, ele se aproxima de Michele, com o coração
já dando sinal de um sentimento que ele ainda não sabia que desenvolvia. Com o seguimento
do romance, vem a percepção de que esse relacionamento é impossível e que é
melhor cada um seguir sua vida em seu próprio tempo, mesmo contra a vontade
deles. Philip não aceita perdê-la e promete a ela que daria um jeito de ficarem
juntos.
“Ainda estarei aqui em Nova York, estudando no conservatório de música. E, mesmo que o Tempo tenha cometido um engano ao nos colocar em séculos diferentes, ainda assim encontraremos um ao outro. Estamos juntos agora. Portanto, teremos que confiar no Tempo. Você não concorda?”
Com o poder que tem, ela acredita
que poderá mudar os acontecimentos por meio das viagens no tempo (o clichê de
toda história que envolve essa temática), mas conforme ela toma decisões para
alterar o percurso, ela percebe que não é capaz de mudar o que está programado
para acontecer. Coincidentemente eu conheci recentemente uma palavra para isso:
Maktub, que significa “estava escrito”, ou seja, que tinha que acontecer.
O segundo livro engata no
mistério deixado pelo final do livro anterior: Philip Walker está no tempo de
Michele. Não exatamente o mesmo Philip, já que esse não se lembra dela e já
possui toda uma vida nesse tempo. Mas após consultar uma mulher que tem o dom
de falar com espíritos, ela descobre a possibilidade de reencarnação. Philip
disse que encontraria uma forma de voltar pra ela e ela acredita que tenha sido
essa a forma, mesmo que os amigos dela não acreditem que isso seja possível.
“E se for só eu que sinto as carícias que se perderam e o som dos risos que se foram, e que vejo nós dois em uma Nova York esquecida?
O mistério sobre o pai dela
também ganha mais atenção e ela fica determinada a encontrá-lo após achar um
diário dele que revela como tudo aconteceu no passado, desde as viagens no
tempo, como tudo começou para ele, até o relacionamento com a mãe de Michele. Além
disso, existem mais pessoas que podem viajar no tempo, entre elas está uma
mulher que quer vingança. Instigada pela curiosidade e desejo de vencer essa
luta iniciada há um século, Michele vai atrás, arriscando a própria vida.
É nessa trajetória que ela
descobre mais sobre si mesma e que o romance vai se concretizando, dessa vez de
forma mais real. É perceptível a intensidade do amor entre o casal, um amor que
realmente perdura pelas linhas do tempo. Através das viagens, ela vê que Philip
está destinado a ela, é o homem da vida dela, mas que foram amaldiçoados ao
serem separados por um século. E talvez toda essa aventura seja necessária para
corrigir esse equívoco, mas só ela, uma transtemporal, pode ter a capacidade
para isso.
O romance é totalmente
instigante, envolvente e inteligente. O livro tem muita base histórica muito
bem trabalhada e conquista pelas músicas que intercalam a narrativa. Ambos
terem tanta influência musical torna a história ainda mais mágica. Todas
asquestões que são impostas, são esclarecidas até o final do livro e é
surpreendente como tudo acaba se encaixando tão bem, apresentando uma história
linda, com um desfecho perfeito.
O livro contém também uma playlist das músicas originais do livro feitas pela própria autora! (Achei isso tão, tão, tão incrível!) Para conhecer e ouvir enquanto lê o livro, acesse: https://www.alexandramonir.com/books/timekeeper/
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