[Resenha] A garota das sapatilhas brancas - Ana Beatriz Brandão
“A garota das sapatilhas brancas”,
autora: Ana Beatriz Brandão; editora: Verus; 178 páginas.
Eu não li “O garoto do cachecol
vermelho”, portanto, essa será a opinião de alguém que não tinha o conhecimento
geral da trama, ok?
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Bem, o livro traz momentos extras
da história do “O garoto do cachecol vermelho”, mas fui informada que não era
preciso ler um para entender o outro, por isso me aventurei e me arrependi de
certa forma. Apesar de conseguir entender e se apaixonar por esse livro sem ter
lido o outro, eu não aconselho, pois ficam muitas pontas soltas. Já no começo
eu senti um desconforto por estarem falando de alguma coisa que eu não fazia
ideia do que era. Eu fiquei constantemente com a sensação de ter pedido alguma
coisa.
Outra coisa que, particularmente,
me incomoda é a forma como os capítulos são narrados. Eles não seguem uma
cronologia linear, vão e voltam no tempo partindo de um grande acontecimento
que, desde o início, eu imaginei ser a morte de Daniel (o que não é exatamente
isso, mas quase). Eu não me dou bem com datas então foi muito difícil conseguir
acompanhar o período do qual estavam falando. Além disso, eles mencionam
bastante o tal “acordo” que deve ter sido um dos pontos mais altos do livro
anterior, mas não descrevem bem do que se trata e o que é de fato.
Mesmo com tudo isso, a história
traz uma mensagem maravilhosa sobre redenção, amor e esperança. Com esses
flashbacks, que são esses capítulos, é possível se emocionar e com a narração
de algumas cenas, bate uma curiosidade para conhecer mais de como esse casal
foi formado. É também possível sentir a angústia de Daniel ao lidar com o fato
de sua morte ser algo inevitável. Cada capítulo, às vezes narrado por Daniel e
às vezes por Melissa, descreve um momento da vida dos dois, na maioria momentos
conturbados. Mas tantos outros apaixonantes também. A personalidade deles é bem
demonstrada e o sentimento que sentem um pelo outro flui das páginas.“Pra mim você é o arco-íris inteiro. Você é todas as cores possíveis e imagináveis. Eu não posso e nem quero te limitar a uma só”.
E não posso encerrar essa resenha
sem falar sobre um dos temas principais que o livro aborda: a ELA (Esclerose
Lateral Amiotrófica), uma doença devastadora e que, até o momento, não possui
cura. O portador vai perdendo suas capacidades físicas até chegar ao óbito. A
autora tem um cuidado impecável ao tratar do assunto e mostra, por meio do
romance, as dificuldades de quem vive com a doença e das pessoas ao redor.
A preocupação da autora é tanta
que ela abriu mão de parte dos direitos autorais desse livro para contribuir
com instituições ligadas a ELA. O valor arrecadado nas vendas foi destinado ao
Instituto Paulo Gontijo e a Associação Regional de Esclerose Lateral Amiotrófica
(ARELA-RS). Assim como as vendas de seu livro anterior “O garoto do cachecol
vermelho” contribuíram para a Associação Brasileira de Esclerose Lateral
Amiotrófica (ABrELA).
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