[Resenha] Amor de Perdição - Camilo Castelo Branco

Mas
antes de falar do livro em si, gostaria de dividir uma pouco da história do
autor, que apesar de trágica foi bem intensa.
Sobre o autor:
Camilo
Castelo Branco ficou órfão de mãe aos dois anos. Aos dez, perdeu seu pai.
Acabou sendo criado por uma tia e irmã, e sempre recebeu uma educação
religiosa.
Aos
dezesseis anos se casou com Joaquina Pereira, de quinze anos. Do seu primeiro
casamento ele teve uma filha, que faleceu aos cinco anos. Nos anos de 1843 e
1846 tentou sem sucesso a faculdade de Medicina na cidade de Coimbra.
Mas
parece que sua vida sempre esteve mesmo ligada a escândalos. Ainda em 1846 ele
foi preso por raptar uma jovem, com quem acabou tendo outra filha. Em 1847
ficou viúvo de Joaquina.
Em 1850
ele conhece Ana Plácido, por quem se apaixona perdidamente. Mas quando ela se
casa com o brasileiro Pinheiro Alves, sua desilusão é muito grande, e ele acaba
entrando para o Seminário.
A
polêmica continua, e no tempo em que esteve no seminário, ele manteve um caso
com a freira Isabel Cândida. Em 1859, Ana se divorcia do marido e passa a viver
com o escritor. Camilo e Ana são perseguidos pela justiça, e acabam presos.
Neste período ela acaba escrevendo o livro Amor de Perdição, que se foi baseado
em suas próprias histórias de amor e na peça Romeu e Julieta de Shakespeare.
Esse livro foi publicado em 1862 e teve boa popularidade.
Mas as
fatalidades não abandonam o autor e ele vê seu filho ficar com sérios problemas
psicológicos, diagnosticado com loucura. E em 1867 em consequência de uma
sífilis, ele começa a ficar cego. E em 1890, Camilo coloca fim em sua vida com
um tiro de pistola.
Então leitores, como podem observar só a
história do autor já daria um livro de drama para ninguém colocar defeito.
Sua
obra se inicia apresentando ao leitor Domingos Botelho e Rita de Castelo.
Enquanto ela tem muitos parentes no reino, ele tinha poucos bens e não era
considerado belo. Muitos o julgavam sortudo por ter conseguido um casamento tão
bom.
Desta
união, nasceram cinco filhos. Manuel o primogênito, logo depois nasceu Simão,
Maria, Ana e Ritinha. Seu filho mais
velho, sempre reclamava em suas cartas a seu pai, do irmão Simão, que era
conhecido em Coimbra por fazer algazarra e criar muita confusão.
Quando
Simão volta para Viseu, se apaixona por sua vizinha Tereza. Porém os jovens
logo começar a perceber que não será fácil viver esse amor, pois as famílias
são inimigas. E no meio deste amor que parece impossível, surge Mariana, filha
do humilde João da Cruz, que também fica encantada pelo jovem Simão.
E como
confusão pouca é bobagem, surge Baltazar, primo de Tereza que lhe propõem
casamento. Mas a moça é sincera, e conta que ama outro. E neste momento que
começa a aparecer à verdadeira personalidade de Tadeu Albuquerque, pai de
Tereza e arqui-inimigo de Domingos Botelho.
Como é
possível perceber, se trata daqueles romances, que são cheios de intrigas, amor
impossível e drama. Características típicas do autor.
Eu
achei a escrita do autor muito interessante, principalmente a maneira como ele
conduz o amor e todo o sentimentalismo que é clássico neste tipo de trama. Os
personagens são muito bem trabalhados e a escrita, apesar de ser de “época” não
prejudica a compreensão da história.
Esse
livro é indicado para quem gosta de uma bela história de amor, repleta de
amores impossíveis e romantismo.
Por
hoje fico por aqui! Até a próxima resenha!
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