[Resenha] Véu do tempo - Claire R. McDougall
Margareth, ou Maggie (como
prefere ser chamada) é mãe de dois filhos, mas perdeu um para a epilepsia, uma
enfermidade que ela também tem. Após a morte de sua filha, toda a vida de Maggie
começa a mudar. A mulher se afasta de todos e isso gera um divórcio e um filho
que vai morar longe. Determinada a retomar a vida, ela decide ir para Dunadd na
Escócia para pesquisar sobre as bruxas que foram queimadas, tema de sua tese. Nessa
cidade, ela conhece Jim Galvin, um senhor gentil que a recebe e oferece seu
companheirismo.
Lá suas crises epilépticas são
fora do normal, ela entra em um torpor e durante as convulsões, ela começa a viajar
para um passado muito distante, século VIII, para ser mais exata. Ali, onde
havia as druidesas (sacerdotisa), e onde havia Fergus. Um belíssimo irmão do
rei.
Toda aquela ambientação
fascina Maggie e não demora muito para ela se apaixonar completamente por
Fergus. E não só isso, ela conhece Illa, filha de Fergus, uma garota muito
parecida com sua filha que ela perdeu para a o problema de saúde. Quanto mais ela convive
com aquele povo, mais ela se apega ao lugar e deseja viver ali.
Enquanto isso, no seu tempo
atual, Jim conta a ela as antigas histórias sobre aquela cidade e sobre os
reinados. Conforme ele relata, ela vai percebendo que tudo que ela vive durante
os momentos em que fica desacordada, não são apenas frutos da imaginação.
Suas crises de epilepsia são
muito frequentes e ela possui uma cirurgia já marcada, antes mesmo de sua
mudança, que promete curar esse problema. Mas após a viagem para a antiga
Dunadd, ela não deseja mais que seus ataques parem. São eles que a levam para
perto de Fergus e Illa. Mas por outro lado, na terra dos vivos ainda existe o
filho dela que a ama e que perderia o chão sem ela. E essa é a decisão mais
difícil que ela precisa tomar em pouquíssimo tempo.
Os capítulos são
intercalados entre a vida dela na Dunadd atual e na viagem proporcionada por
seu ataque, a Dunadd antiga. Maggie e Fergus vão tecendo um relacionamento
incomum. Ela sabe pouco do gaélico (língua falada naquele lugar) e ele não sabe
nada do inglês da mulher, pois a língua ainda seria descoberta por aquele povo.
Mas mesmo as línguas divergindo, os corações dos dois falam a mesma língua e
isso é tudo que importa para a paixão florescer.
Para os fãs de romances de
época, como Julia Quinn, ou até mesmo os mais modernizados, como o de Carina
Rissi, esse livro é uma ótima indicação. O livro tem um forte teor histórico.
Senti falta apenas de rodapés traduzindo as falas no idioma gaélico. Na maioria
das vezes eles traduziam a fala logo em seguida, mas quando já tinha sido
mencionada a tradução antes, eles não repetiam de novo e eu, como memória fraca
que sou, acabei ficando perdida.
O final deixou um gancho
ótimo para continuação, então imagino que ainda vem muita história por ai.
"[...] homens com seus jornais, mulheres com seus celulares, todos tentando ser alguém sozinhos, o que não é fácil, pois somos animais sociais, não importa como você encare isso, não importa que alguns de nós não se encaixem tão bem nos padrões da sociedade." (Pág. 94)
Deixe seu comentário