[RESENHA] Para leitores que querem cursar Jornalismo
RESENHA DO LIVRO “JORNALISMO LITERÁRIO” DE FELIPE PENA
O livro descreve como conciliar a literatura com a arte de informar
É bastante comum as pessoas se
interessarem em cursar Jornalismo quando são apaixonados por literatura. Querem
trabalhar naquilo que gostam: leitura e escrita. E enxergam no Jornalismo esta
oportunidade. Mas logo que o curso se inicia, se deparam com “pirâmide
invertida”, “lide”, e texto breve e direto. Aqueles amantes da literatura já
vêm que não era aquilo que imaginava e já começa a desanimar. Como pode uma
pessoa que gosta daqueles grandes textos rebuscados que sempre passam uma lição
ao final, se adaptar em escrever aqueles textos diretos, onde o ponto crucial
da notícia vem logo ali, nas primeiras linhas, sem nenhuma grande emoção de
esperar o grande desfecho?
Para estas pessoas que desanimaram
logo que perceberam isso e pensaram em desistir, trago-lhes uma luz: existe
Jornalismo Literário. Sua veia literária não será desperdiçada de forma alguma
com o Jornalismo, muito pelo contrário, será muito utilizada.
No livro Jornalismo Literário do
autor Felipe Pena relata essas possibilidade de junção: a arte de informar com
o carisma literário. O conceito deste gênero é muito mais amplo, é ultrapassar
os limites do acontecimento, quebrando as barreiras do lide e proporcionando
uma leitura que, no dia seguinte, ainda vai ser brilhante. Mesmo sem essas
rigorosas regras do Jornalismo convencional: lide e deadline, o jornalismo
literário ainda assim tem de agir com os bons princípios: apuração rigorosa, a
observação atenta, a abordagem ética e a capacidade de se expressar claramente.
O Jornalismo Literário já existia
desde há muitos anos atrás quando começaram os Folhetins, que era uma espécie
de jornal que trazia uma dramatização que ia sempre tendo uma continuação na
próxima edição. Foram os folhetins que deram origem as Radionovelas e foi
nesses Folhetins que os grandes autores da literatura brasileira foram
descobertos: Machado de Assis, Aluízio de Azevedo, José de Alencar e muitos
outros.
Isso é o que muitas pessoas não
sabem, Machado de Assis era um jornalista que se tornou “cronista folhetinesco”
na Gazeta de Notícias e no Correio Mercantil. Outro fato interessante é que
“Memórias de um sargento de milícias” do autor Manuel Antonio de Almeida, antes
de se tornar o famoso livro, foi publicado em 1852 no Correio Mercantil.
A razão da implantação desse gênero
neste veículo de comunicação era bem simples: Os jornais precisavam vender e os
autores queriam ser lidos. Só que os livros eram muito caros e não podiam ser
adquiridos pelo público assalariado. A solução parecia óbvia: publicar romances
em capítulos na imprensa diária. Entretanto, esses romances deveriam apresentar
características especiais para seduzir o leitor. Não bastava escrever muito bem
ou contar uma história com maestria. Era preciso cativar o leitor e fazê-lo
comprar o jornal no dia seguinte. E, para isso, seria necessário inventar um
novo gênero literário: o folhetim.
Outro nome que gostaria de citar que
merece destaque é o Victor Hugo que, além das variadas obras que produziu, em
1862 deu origem a mais conhecida: Os miseráveis. Ele foi pioneiro na Literatura
ocidental e no Jornalismo, e revolucionou não somente as artes como também a
sociedade francesa.
Dentro deste gênero jornalístico
podem ser encontradas algumas áreas de atuação: crítica literária, biografia e
ficção jornalística. Onde cada uma, com suas características, levam informação
ao leitor com mais emoção.
Assim, fecho com a definição de
Felipe Pena sobre Jornalismo Literário: “Defino Jornalismo Literário como
linguagem musical de transformação expressiva e informacional”.
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